No cenário contemporâneo, a velocidade frenética dos processos diários tem desdobramentos significativos na saúde mental. A incessante busca por respostas imediatas e a urgência em cada atividade moldaram uma sociedade de sujeitos em constante pressa, dificultando a reflexão e a apreciação do ócio criativo. O uso excessivo de dispositivos eletrônicos, especialmente dos smartphones, tem contribuído para um pensamento acelerado, resultando em situações de estresse e sobrecarga de informações.
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A EVOLUÇÃO DO CELULAR: DE MEIO DE COMUNICAÇÃO A EXTENSÃO DA CONSCIÊNCIA
Segundo o psicólogo Rodrigo Oliveira, do Hospital Universitário Onofre Lopes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Huol-UFRN), o celular, inicialmente concebido como um simples telefone móvel, evoluiu para se tornar uma extensão da consciência. Essa evolução interfere diretamente na percepção do indivíduo sobre o mundo contemporâneo, gerando uma conexão constante com informações e demandas externas.
AS CONSEQUÊNCIAS DO PENSAMENTO ACELERADO NA SAÚDE MENTAL
O uso excessivo de telas e o pensamento acelerado têm suscitado preocupações crescentes no âmbito da saúde mental. A sobrecarga de informações, o estresse resultante e a disseminação de notícias falsas contribuem para um cenário alarmante. O isolamento social, particularmente em tempos recentes, está associado a casos extremos, como o suicídio. Nesse contexto, surge a pergunta crucial: como cuidamos de nós mesmos em meio a essa aceleração?
CONSCIENTIZAÇÃO E REFLEXÃO: ELEMENTOS CHAVE PARA O EQUILÍBRIO
O psicólogo destaca a importância da consciência dos processos que envolvem o uso constante de dispositivos eletrônicos. Evitar a tela ou abandonar o celular pode não ser a solução, mas é necessário desenvolver uma consciência mais aguçada desses hábitos. A consciência, por sua vez, leva à reflexão, um processo que demanda tempo. É esse tempo que permite ao indivíduo estabelecer conexões e encontrar uma via alternativa a essa aceleração prejudicial.
DESACELERANDO PARA UMA VIDA MAIS SAUDÁVEL: A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES “ANALÓGICAS”
Reservar momentos para atividades “analógicas” torna-se crucial para contrabalançar os efeitos negativos da aceleração moderna. Caminhadas ao ar livre, a leitura de livros impressos, a prática da dança, a meditação e o diálogo aberto com amigos são maneiras eficazes de aliviar a carga mental, reintroduzindo a vida a um ritmo mais saudável.
Diante desse contexto, emerge a necessidade de resgatar práticas que proporcionem momentos de introspecção e desconexão digital, permitindo um reequilíbrio entre a velocidade da vida moderna e a necessidade fundamental de preservar a saúde mental.
Fonte: Com informações de Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh /Por Andreia Pires, com edição de Danielle Campos