Marcenaria de Palhoça ressocializa detentos transformando-os em marceneiros

Fotos: Jaqueline Noceti / SECOM

A marcenaria da Colônia Agroindustrial de Palhoça emerge como um exemplo brilhante de sustentabilidade aliada à reeducação. Mas como essa iniciativa, que transforma detentos em habilidosos marceneiros, se tornou um sucesso tão inspirador?

UMA FILOSOFIA DE REAPROVEITAMENTO TOTAL

Na visão de Raphael Teodoro Hubert, idealizador e coordenador da marcenaria, “Na nossa marcenaria, tudo é reaproveitado, desde a madeira até o prego. Utilizamos tudo o que recebemos e transformamos em novos produtos”. Essa filosofia não apenas reduz o desperdício, mas também cria uma cultura de sustentabilidade que permeia todas as atividades da marcenaria.

DO DESCARTE À ARTE: A GÊNESE DA MARCENARIA

A história da marcenaria começou em 2010, quando algumas máquinas antigas foram doadas e pequenas ideias começaram a ganhar vida. O objetivo inicial era aproveitar materiais descartados por empresas dentro da unidade prisional. O que começou como um modesto espaço com dois detentos evoluiu para uma marcenaria completa, envolvendo 18 internos em atividade.

RESSOCIALIZAÇÃO QUE GERA RESULTADOS

O sucesso do projeto é evidente nos números: ao longo dos anos, cerca de 70 detentos passaram pela marcenaria, e nenhum deles retornou ao sistema prisional. Um exemplo notável é Reinaldo Wolf, que, após cumprir sua pena, agora opera sua própria marcenaria. Ele descreve sua experiência como uma jornada em busca de um futuro melhor.

PROJETO DE CAPACITAÇÃO E PARCERIAS SUSTENTÁVEIS

Além das lições transmitidas entre os detentos, a marcenaria está cadastrada no Projeto de Capacitação Profissional e Implantação de Oficinas Permanentes (Procap) do Governo Federal. Isso resulta em recursos, equipamentos, capacitação e certificação profissional fornecidos pelo Senai.

PARCERIAS E DOAÇÕES: O MOTOR DA MARCHA SUSTENTÁVEL

Operando com base em parcerias e doações de insumos, a marcenaria não gera custos adicionais ao Estado. Prefeituras, escolas, hospitais e outras entidades públicas contribuem com os materiais, enquanto a marcenaria fornece mão de obra qualificada e a capacitação dos internos.

PRÓXIMO PASSO

O próximo passo da marcenaria é certificar profissionalmente seus internos, modernizar equipamentos e, eventualmente, estabelecer termos de cooperação com empresas privadas para uma produção industrial.

Dessa forma, a marcenaria da Colônia Agroindustrial de Palhoça não é apenas um espaço de trabalho; é um laboratório de ressocialização e sustentabilidade.

Fonte: Assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa

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