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Câncer de intestino: Santa Catarina deve registrar mais de 2,4 mil casos da doença

Médico Nelson Carthcart Jr alerta para que pacientes não esperem os sintomas para fazer exames; março azul é o mês de conscientização e prevenção do segundo tumor mais comum entre os brasileiros

De acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil deve registrar cerca de 45.630 novos casos de câncer de intestino, também chamado de câncer colorretal ou de cólon e reto, em 2024. Sem considerar o câncer de próstata e de mama feminina, o câncer de cólon e reto ocupam a segunda posição entre os tipos de câncer mais frequentes entre homens e mulheres no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, só em Santa Catarina, 2.470 novos casos devem ser registrados em 2024, e desse total, 230 devem ser diagnosticados em Florianópolis.

O médico gastroenterologista Nelson Carthcart Jr, que é especialista em doenças do estômago e intestino, alerta que durante o março azul, mês de conscientização e prevenção do tumor maligno, que se desenvolve no intestino grosso, ou seja, no cólon ou na porção final, o reto, é importante que os pacientes não esperem os sintomas para fazer exames. 

“Do mesmo jeito que a gente aprendeu com câncer de mama e colo de útero, não devemos esperar sintomas e sim fazer esses exames de rotina, independentemente de qualquer desconforto. Vamos lembrar que o intuito da colonoscopia é fazer a retirada de lesões pequenas, que não dão sintoma nenhum, e a retirada dessas lesões é que impede que o câncer se instale”, alerta o médico.

O tema da campanha de conscientização março azul, promovida pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), em 2024 é Médico e Paciente, uma parceria que salva!

Exame não dói

O especialista em doenças do estômago e intestino explica que considerando as condições étnicas no Brasil, o exame de prevenção, que é a colonoscopia, deve ser iniciada na população em geral, entre os 45-50 anos em ambos os sexos, ou até antes, em alguns casos específicos, como doenças inflamatórias intestinais, históricos de câncer na família, sintomas de alarme, como perda de peso, sangramento ao evacuar, cólica na barriga, mudança persistente no padrão da evacuação, anemia, entre outras.

“Esse exame, que não dói e é seguro, deve ser realizado mesmo sem que a pessoa tenha sintomas. Afinal, durante a realização é possível verificar se há presença ou não de pólipos (que podem evoluir para um futuro câncer). E caso algum seja encontrado, ele pode ser removido durante o próprio exame”, destaca o médico.

O especialista ressalta ainda que “quando os pacientes são diagnosticados em fases iniciais da doença, existe a possibilidade de mais de 95% de cura”, destaca Nelson Cathcart Jr.

Como prevenir?

Sedentarismo, obesidade, consumo regular de álcool e tabaco, bem como o baixo consumo de fibras, frutas, vegetais e carnes magras são alguns dos principais fatores de risco para o câncer de intestino.  Por isso, de acordo com o médico, além da prática de atividades físicas, que ajudam a manter o controle do peso, evitar o consumo excessivo de carne vermelha, de cigarro, de bebidas alcoólicas e comer bastante fibras ajudam na prevenção da doença.

Os tratamentos deste câncer variam de acordo com o estágio da doença, onde em muitos casos pode ser resolvido já na colonoscopia, em outros é preciso fazer cirurgia e tratamento com radioterapia e quimioterapia. E vale ressaltar que diferente de outros cânceres, neste, mesmo em caso de metástases, ainda há boas chances de cura.

Números de Câncer de Intestino em SC

Um levantamento do Centro de Pesquisas Oncológicas (CEPON), que atende pacientes da Grande Florianópolis e outras cidades catarinenses, e é referência no assunto, mostra foram atendidos em 2023, 477 pacientes com câncer de intestino, um aumento de 23% em relação a 2022, e 116 cirurgias foram realizadas em pacientes com câncer nessa região.

Em 2016, foram registrados 387 casos, em 2017, 359 e no ano seguinte, subiu para 393. Já em 2019, foram 246, mostrando uma redução nos casos diagnosticados e em 2020, ano que iniciou a pandemia, foram 174 casos.

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