PF derruba sigilo e aponta desvio de R$ 6,8 milhões em presentes por Bolsonaro

PF diz que joias sauditas saíram do Brasil no avião presidencial

Imagem: X / Reprodução.

Você já ouviu falar sobre o mais recente escândalo envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro? A Polícia Federal (PF) concluiu que ele está ligado a um esquema de desvio de presentes recebidos durante seu mandato, totalizando mais de R$ 6,8 milhões. Mas como tudo isso aconteceu? Vamos mergulhar nos detalhes desta investigação que promete abalar as estruturas da política brasileira.

COMO TUDO COMEÇOU?

A investigação da PF apontou a existência de uma associação criminosa com o objetivo de desviar e vender objetos de valor recebidos por Bolsonaro como presentes oficiais. Mas como isso funcionava? Segundo o relatório da PF, os valores obtidos dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente, sem utilizar o sistema bancário formal, visando ocultar a origem e propriedade dos valores.

DETALHES DA INVESTIGAÇÃO

Bolsonaro e mais 11 pessoas foram indiciadas pelos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. O relatório sobre a investigação foi entregue no protocolo do Supremo Tribunal Federal (STF) e teve seu sigilo derrubado pelo ministro Alexandre de Moraes. A Procuradoria-Geral da República (PGR) agora analisa se arquiva o caso ou denuncia os indiciados.

OS VALORES ENVOLVIDOS

Inicialmente, o valor mencionado no relatório era de R$ 25 milhões, mas a PF corrigiu posteriormente para R$ 6,8 milhões. Essa correção trouxe mais clareza sobre a dimensão do esquema. A operação de recuperação dos itens vendidos no mercado foi intensificada após a mídia noticiar o caso em março de 2023, com o objetivo de escamotear a localização e movimentação dos bens desviados do acervo público brasileiro.

O ENVOLVIMENTO DOS ALIADOS

As investigações contaram com a colaboração do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fechou acordo de colaboração premiada. O pai de Mauro Cid, general do Exército Mauro Lorena Cid, também está envolvido, sendo responsável por intermediar repasses de dinheiro ao ex-presidente, provenientes da venda de relógios de luxo.

O TRANSPORTE DOS BENS

Um dos pontos intrigantes da investigação é o uso do avião presidencial para transportar joias sauditas para fora do Brasil. A PF identificou que pelo menos três kits de joias foram levados para os Estados Unidos no dia 30 de dezembro de 2022, um dia antes de Bolsonaro deixar a Presidência. Entre esses itens estavam esculturas e joias de marcas renomadas como Rolex e Chopard.

O DESTINO DAS JOIAS

Parte das joias estava em lojas nos Estados Unidos à espera de compradores, mas foram resgatadas e enviadas ao Brasil após a mídia noticiar o esquema. A PF rastreou pelo menos três conjuntos de joias resgatados de lojas nos Estados Unidos, envolvendo itens de alta joalheria e esculturas presenteadas por autoridades estrangeiras.

O RELATÓRIO DA PF

O relatório da PF, assinado pelo delegado Fábio Shor, detalha a atuação da associação criminosa voltada para desviar presentes recebidos por Bolsonaro em razão do cargo. Esses bens eram vendidos no exterior e o dinheiro resultante das vendas era enviado para Bolsonaro em espécie, evitando passar pelo sistema financeiro formal. Segundo o relatório, esses recursos podem ter sido usados para custear despesas do ex-presidente nos Estados Unidos.

E AGORA?

O sigilo do relatório foi retirado pelo ministro Alexandre de Moraes, permitindo que o caso seja analisado publicamente. A Procuradoria-Geral da República tem agora a tarefa de decidir os próximos passos da investigação, que pode resultar em novas denúncias ou arquivamento do caso.

Fonte: Agência Brasil


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