Setor de confecções em SC crescerá 4,9% no segundo semestre de 2024
Conteúdos
- SETOR DE CONFECÇÕES EM SC: CRESCIMENTO PROMISSOR NO SEGUNDO SEMESTRE
- UM ANO DE RECUPERAÇÃO PARA O SETOR DE CONFECÇÕES
- O IMPACTO DA SELIC E DA RENDA NO CONSUMO DAS FAMÍLIAS
- A FORÇA DA CADEIA TÊXTIL EM SC
- DESAFIOS AINDA PRESENTES
- A NOVA TAXAÇÃO DE IMPORTADOS
- O IMPACTO DO DÓLAR ALTO
- A IMPORTÂNCIA DO SETOR PARA SC
- PERSPECTIVAS FUTURAS
SETOR DE CONFECÇÕES EM SC: CRESCIMENTO PROMISSOR NO SEGUNDO SEMESTRE
O setor de confecções crescerá 4,9% em Santa Catarina no segundo semestre de 2024, segundo a Federação das Indústrias de SC (FIESC). Você já se perguntou como isso impacta a economia do estado e a vida das pessoas? Vamos entender melhor essa previsão e o que está por trás desse crescimento.
UM ANO DE RECUPERAÇÃO PARA O SETOR DE CONFECÇÕES
Após enfrentar um período de queda iniciado em 2021, a indústria de confecções em Santa Catarina finalmente vê sinais de recuperação. A FIESC prevê que a produção industrial do setor terá um crescimento de 2,12% em 2024. Esse número pode parecer modesto, mas representa um importante passo para reverter as perdas dos últimos anos. No segundo semestre, o crescimento projetado é ainda mais significativo: 4,89% em comparação ao mesmo período de 2023.
O IMPACTO DA SELIC E DA RENDA NO CONSUMO DAS FAMÍLIAS
Pablo Bittencourt, economista-chefe da FIESC, aponta que o crescimento no primeiro semestre, embora tímido (0,77%), indica uma retomada. “O impacto da queda da Selic leva um tempo até ser totalmente incorporado, e combinado com o aumento da massa salarial e com níveis de desemprego caindo, o consumo das famílias tem favorecido a produção de bens de consumo, como vestuário”, explica Bittencourt. Com juros mais baixos e mais dinheiro no bolso, as famílias estão comprando mais roupas, impulsionando a produção local.
A FORÇA DA CADEIA TÊXTIL EM SC
Santa Catarina se destaca na indústria de confecções por sua cadeia produtiva integrada. Giuliano Donini, presidente da Câmara Têxtil, de Confecções, Couro e Calçados da FIESC, ressalta que o estado oferece um equilíbrio entre custo, velocidade e qualidade, atraindo grandes varejistas brasileiros. “Os grandes varejistas brasileiros enxergam que SC tem um equilíbrio entre custo, velocidade e qualidade, que atende de forma muito mais satisfatória a expectativa do mercado”, afirma Donini.
DESAFIOS AINDA PRESENTES
Apesar das boas notícias, Bittencourt alerta que o nível de endividamento das famílias ainda é um problema. “Para que em 2025 haja um novo fôlego no movimento de consumo, é importante que se retome o ciclo de redução da taxa básica de juros, estimada para iniciar entre março e abril.” Sem uma redução contínua dos juros, a recuperação pode ser limitada.
Donini também aponta que o poder de consumo médio do brasileiro pode estar no limite. Ele defende a desoneração da produção como uma solução para estimular o crescimento da indústria nacional e, consequentemente, do consumo. “Precisamos entrar num círculo virtuoso que leve em conta uma desoneração da produção, estimulando o crescimento da indústria nacional, gerando empregos, renda e consequentemente mais recursos disponíveis para um novo ciclo de consumo”, explica.
A NOVA TAXAÇÃO DE IMPORTADOS
Outro fator que pode influenciar o setor é a nova taxação de 20% sobre compras até US$ 50 (PL 914/2024), que entra em vigor no segundo semestre. Essa medida visa criar condições mais justas de competição entre produtos nacionais e importados. Bittencourt comenta que, embora positiva, essa taxação ainda não é suficiente para igualar as condições tributárias. “A disparidade na tributação cria condições desiguais de preços, favorecendo os importados, ainda mais considerando que o ticket médio do varejo de confecções brasileiro é muito próximo a US$ 50.”
O IMPACTO DO DÓLAR ALTO
A alta do dólar também pode beneficiar o setor de confecções em SC. Donini acredita que, junto com a taxação de importados, a moeda americana mais valorizada pode ajudar o varejo doméstico a recuperar parte das vendas perdidas para o e-commerce internacional. “Quando a gente pensa em favorecer o consumidor brasileiro, não é taxar os importados, mas criar condições igualitárias entre o produto que vem de fora e o que é produzido aqui dentro. A tendência é de que os produtos nacionais seriam mais competitivos, o que permitiria que o brasileiro consumisse mais, gerando mais demanda, mais produção e consequentemente mais emprego, entrando num ciclo virtuoso”, avalia.
A IMPORTÂNCIA DO SETOR PARA SC
A indústria catarinense de confecções é a maior do país, sendo o setor têxtil e de vestuário o maior empregador do estado, com 178,7 mil vagas de trabalho. Esse dado reforça a importância do crescimento projetado para o setor não apenas para a economia do estado, mas também para milhares de famílias que dependem desses empregos.
PERSPECTIVAS FUTURAS
O crescimento de 4,9% no segundo semestre é um sinal positivo, mas é apenas o começo. Para garantir um crescimento sustentável, é necessário continuar focando em políticas que estimulem a produção nacional, desonerem a indústria e incentivem o consumo interno. Com a queda contínua da Selic e medidas que promovam a isonomia tributária, Santa Catarina pode consolidar sua posição de liderança na indústria de confecções e garantir um futuro próspero para o setor.
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