Alunos da UniSul prestam assistência médica em comunidades à beira do Rio Tapajós, no Pará 

Expedição de alunos de medicina levou, além de atendimento médico, um projeto de mapeamento das principais enfermidades e situação de vida de moradores da região

Alunos da UniSul

Com o objetivo de levar qualidade de vida para moradores de regiões isoladas e proporcionar experiência humanitária para futuros médicos, a 8ª edição de Missão Amazônia, projeto idealizado pela Inspirali, principal ecossistema de educação médica do país, dá continuidade ao atendimento e assistência à saúde para moradores destas comunidades ribeirinhas e faz um mapeamento de suas principais enfermidades. Dentro da política do SUS, a ação presta atenção primária à saúde e analisa a situação e condições de vida da população local, identificando riscos, vulnerabilidades e potencialidades para que seja possível intervir de forma mais assertiva nos problemas de saúde e necessidades da região de forma contínua.

8ª edição da Missão Amazônia

A 8ª edição da Missão Amazônia iniciou no dia 12 e encerrou em 23 de agosto, levando consultas ginecológicas, pediátricas, cirurgias ambulatoriais e atendimentos de saúde da família em geral, incluindo diversas especialidades. Também foram realizados atendimentos por teleconsulta em parceria com as CIS (Clínicas Integradas de Saúde), da Inspirali, e a utilização de um Prontlife (Prontuário Eletrônico do Paciente), que atua na captação, armazenamento e gestão de dados para interoperabilidade de informações com o e-SUS.

Nesta missão, 30 estudantes das escolas AGES Jacobina (BA), AGES Irecê (BA), UNIFG Guanambi (BA), FASEH (MG), UAM Piracicaba (SP), UAM São José dos Campos (SP) e UniSul Tubarão (SC) que embarcaram junto à equipe de especialistas no Navio Hospital Escola Abaré, da UFOPA (Universidade Federal do Oeste do Pará), instruídos por 8 professores e preceptores das escolas Inspirali, incluindo dois médicos egressos dos cursos de medicina do ecossistema, veteranos da Missão Amazônia, que retornaram para orientar os estudantes.

“Com a Missão Amazônia, temos a oportunidade de proporcionar atendimento a estas comunidades que, por questões geográficas, têm dificuldades a assistência médica especializada. Além disso, levarmos nossos estudantes para esta experiência em que atuam, de forma consciente e supervisionada, em uma realidade totalmente diferente daquela que vivenciam em suas universidades é realmente uma verdadeira aula de comprometimento e humanização na profissão”, destaca Rodrigo Dias Nunes, diretor médico da regional sul da Inspirali.

Os moradores das comunidades também receberam aulas de educação em saúde, onde os alunos de medicina ensinam as crianças princípios básicos de higiene, como lavar as mãos, escovar os dentes, e alguns ensinamentos sobre primeiros socorros.

A estudante do curso de Medicina da UniSul Tubarão Cinthia Lunardi Maia Camilo integrou a 8ª Missão Amazônia. Nascida em Gravatal, mãe de três filhos, a aluna está na última fase e se formará este ano. Depois de uma carreira de 17 anos como farmacêutica, Cinthia decidiu seguir o sonho de se tornar médica, acreditando no exercício da profissão de uma forma humana. Mesmo após superar um tumor cerebral, diagnosticado e tratado durante o curso, ela decidiu participar da Missão Rio Grande do Sul, que apoiou desabrigados pela enchente no estado, e agora prestou atendimento à população ribeirinha na Amazônia.

“Os ribeirinhos nos receberam com muito respeito, confiando suas vidas em nossas mãos. Mesmo com recursos escassos, ver que o pouco que pudemos oferecer foi suficiente para amenizar suas dores e trazer felicidade, me faz perceber que, às vezes, o melhor remédio é um abraço e uma palavra de conforto. Parafraseando Hipócrates: ‘Se eu puder curar, curarei. Se não puder curar, aliviarei. Se não puder aliviar, consolarei’. A Cinthia que chegou na Amazônia não é a mesma que voltou. Deixei parte de mim aqui e estou levando muito deles comigo”, conta Cinthia.

Balanço

Nas últimas sete edições da Missão Amazônia, de acordo com dados registrados no Prontlife, já foram realizados 4893 atendimentos, sendo 4790 individuais e 103 coletivos. Dos atendimentos individuais, 40% foram de mulheres. Dos 3977 pacientes que informaram a data de nascimento, 1440 estão na faixa entre 0 e 19 anos; 980 na faixa de 20 e 39 anos; 944 na faixa de 40 e 59 anos e 613 com mais de 60 anos. Dos 3795 pacientes com registro de CID, as principais doenças ou condições avaliadas foram: dor (1733 pacientes), febre (832 pacientes), hipertensão (729 pacientes), diabetes (543 pacientes) e prurido (530 pacientes).

Considerando somente as duas missões já realizadas no primeiro semestre de 2024, foram atendidos 2550 pacientes, sendo 37% mulheres, 61% homens e 2% não informado.

Navio Hospital Escola Abaré

O navio-hospital Abaré, que leva a expedição, pertence à UFOPA e possui estrutura para atendimento clínico e odontológico. São quatro consultórios, sala para pequenas cirurgias e estrutura de laboratório para análises clínicas e radiografias, além de acomodações para os integrantes da Missão. A embarcação, de baixo calado, é própria para navegar em rios mais rasos, o que lhe permite chegar a mais comunidades e será utilizada em todas as expedições do projeto. Ao todo, a embarcação acomoda 55 pessoas, entre passageiros e tripulação.

Sobre a Inspirali

Criada em 2019, a Inspirali atua na gestão de escolas médicas do Ecossistema Ânima. É uma das principais empresas de ensino superior de Medicina no Brasil, com mais de 13 mil alunos e 14 instituições – localizadas em capitais como São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Florianópolis e Natal – e importantes centros de desenvolvimento do país, como Piracicaba (SP), São José dos Campos (SP), Cubatão (SP), Tubarão (SC), Vespasiano (MG), Irecê̂ (BA), Jacobina (BA), Guanambi (BA) e Brumado (BA).

As graduações em Medicina seguem modelo acadêmico reconhecido entre os mais inovadores do mundo e pensado para formar profissionais de alta performance com uma visão integral do ser humano. O portfólio da Inspirali contempla também cursos livres e especializações focados na medicina integrativa e aborda temas relevantes no cenário global, a exemplo da pós-graduação em cannabis medicinal, primeiro curso na área certificado pelo Ministério da Educação (MEC). A aprendizagem digital ativa oferece recursos tecnológicos (robôs de alta fidelidade e realidade virtual e aumentada MedRoom) e apoio socioemocional, assim como as atividades práticas e o acompanhamento personalizado.


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