Cidadania

O que esperar da inclusão de abordagens femininas nos currículos escolares?

O que esperar da inclusão de abordagens femininas nos currículos escolares
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A inclusão de abordagens femininas nos currículos escolares está prestes a transformar a forma como a história, a ciência e a cultura são ensinadas nas escolas brasileiras. Este é o objetivo do Projeto de Lei (PL) 557/2020, recentemente aprovado no Senado e que aguarda a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas o que essa mudança realmente significa e como ela pode impactar a educação em nosso país? Vamos explorar todos os detalhes dessa importante atualização na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

O QUE É O PL 557/2020?

O PL 557/2020 propõe a inclusão obrigatória de contribuições femininas em várias áreas do conhecimento nos currículos escolares do ensino fundamental e médio. A proposta visa alterar a LDB, promovendo uma abordagem mais equilibrada e representativa das experiências e conquistas das mulheres em diversos campos: científico, social, artístico, cultural, econômico e político.

A proposta também cria a Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História, a ser realizada anualmente na segunda semana de março. Esta semana será dedicada a destacar as realizações de mulheres notáveis, oferecendo aos alunos uma visão mais completa e inclusiva da história e da ciência.

A IMPORTÂNCIA DA REPRESENTATIVIDADE FEMININA

Você sabia que muitas descobertas científicas e conquistas históricas atribuídas a homens na verdade contaram com a colaboração de mulheres cujos nomes foram ignorados? Essa é uma das principais razões para a necessidade de incluir abordagens femininas nos currículos escolares. A senadora Soraya Tronicke, relatora do projeto, explicou que a inclusão de perspectivas femininas visa corrigir essa distorção histórica e combater o preconceito que tem limitado a participação das mulheres em áreas de destaque.

O projeto busca também desconstruir estereótipos de gênero que influenciam a forma como meninas e meninos se veem e são vistos em diferentes áreas de estudo. Por exemplo, é comum que atividades consideradas mais “difíceis”, como as relacionadas às ciências exatas, sejam associadas predominantemente aos homens. Esses estereótipos podem desencorajar meninas desde cedo, afetando sua escolha de carreira e sua representação em campos como física, matemática e engenharia.

COMO O PL 557/2020 ALTERA A LDB?

O PL 557/2020 modifica a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional para incorporar a análise das contribuições femininas em diferentes áreas do conhecimento. As escolas terão a responsabilidade de integrar essas abordagens de forma a enriquecer o conteúdo curricular, oferecendo aos alunos uma perspectiva mais diversificada e completa.

ALTERAÇÕES NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

No ensino fundamental e médio, os currículos deverão incluir conteúdos que abordem a história, a ciência e a cultura do Brasil e do mundo sob a ótica das mulheres. Isso não significa apenas adicionar nomes de mulheres famosas aos livros escolares, mas integrar suas contribuições de forma contextualizada e significativa.

SEMANA DE VALORIZAÇÃO DE MULHERES QUE FIZERAM HISTÓRIA

A criação da Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História é um passo importante para promover a conscientização e a apreciação das contribuições femininas. Durante essa semana, as escolas serão incentivadas a realizar atividades que celebrem a história e os feitos de mulheres que desempenharam papéis significativos em diversas áreas.

IMPACTOS ESPERADOS NA EDUCAÇÃO

A implementação do PL 557/2020 promete uma série de benefícios para a educação brasileira. Um dos principais objetivos é garantir que as meninas se sintam representadas e inspiradas a seguir carreiras em campos tradicionalmente dominados por homens. Além disso, a proposta busca promover um ambiente educacional mais inclusivo e igualitário, onde todos os alunos, independentemente de gênero, possam se ver refletidos nas histórias e contribuições que estudam.

ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE REPRESENTATIVIDADE

Diversos estudos têm mostrado que a falta de representatividade pode ter um impacto significativo nas escolhas de carreira e na confiança dos estudantes. Pesquisa recente revelou que aproximadamente 84,1% das meninas brasileiras entrevistadas se sentem sub-representadas em espaços institucionais. Esse sentimento pode levar a uma menor participação em áreas como ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), onde a presença feminina ainda é baixa.

A OPINIÃO DOS ENVOLVIDOS

A senadora Soraya Tronicke defendeu a aprovação do PL 557/2020 destacando que a inclusão de abordagens femininas nos currículos escolares contribuirá para a desconstrução de estereótipos de gênero e promoverá um futuro mais igualitário. Ela ressaltou que a proposta não apenas oferece uma visão mais completa da história, mas também incentiva meninas a explorar e se envolver em áreas de conhecimento em que tradicionalmente são sub-representadas.

Além de Soraya Tronicke, outras figuras públicas também apoiaram o projeto. A senadora Zenaide Maia elogiou a iniciativa, afirmando que a educação é um meio poderoso para promover mudanças sociais. Segundo Maia, a valorização das mulheres através da educação pode despertar novas perspectivas e inspirar futuras gerações.

O QUE VEM A SEGUIR?

Com a aprovação do PL 557/2020 pelo Senado e sua iminente sanção presidencial, o próximo passo será a implementação das mudanças nas escolas. Isso incluirá a revisão dos currículos escolares para garantir a inclusão adequada das contribuições femininas e a preparação para a primeira Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História.

DESAFIOS E OPORTUNIDADES

A implementação bem-sucedida do PL 557/2020 apresentará desafios, como a necessidade de atualizar materiais didáticos e preparar professores para integrar as novas abordagens. No entanto, também representa uma oportunidade significativa para transformar a educação e promover a igualdade de gênero desde a base.

O QUE ISSO SIGNIFICA

O Projeto de Lei 557/2020 representa um avanço importante na busca por uma educação mais inclusiva e representativa. Ao integrar abordagens femininas nos currículos escolares e criar uma semana dedicada a valorizar mulheres que fizeram história, o Brasil dá um passo crucial para garantir que todas as contribuições sejam reconhecidas e valorizadas. Essa mudança tem o potencial de inspirar novas gerações e promover um futuro mais igualitário.


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