O fim da escala 6×1 tem se tornado um tema de grande repercussão entre trabalhadores brasileiros. A proposta, que visa repensar a rotina laboral atual, defende uma jornada de trabalho mais curta e equilibrada, em que as pessoas possam ter um dia extra de descanso para investir em saúde e qualidade de vida.
O Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), liderado pelo ativista e influenciador Rick Azevedo, é um dos principais impulsionadores desse debate. Através de uma série de campanhas nas redes sociais e de uma petição pública direcionada ao Congresso Nacional, o VAT defende o fim da escala 6×1 como forma de garantir uma rotina de trabalho mais saudável e equilibrada para os brasileiros.
Segundo o movimento, “a escala atual afeta negativamente a saúde mental e física dos trabalhadores, comprometendo até suas relações familiares”.
Conteúdos
- ORIGEM DO MOVIMENTO VAT: UM GRITO POR MUDANÇA
- A PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO (PEC) PARA REDUZIR A JORNADA
- POR QUE MUDAR A ESCALA 6×1? A SITUAÇÃO ATUAL DOS TRABALHADORES BRASILEIROS
- OS BENEFÍCIOS DA REDUÇÃO DA JORNADA: O QUE DIZEM OS ESTUDOS INTERNACIONAIS
- AS DIFICULDADES DO SETOR EMPRESARIAL: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
- A PETIÇÃO PÚBLICA DO VAT PELO FIM DA ESCALA 6×1
- O QUE ESPERAR DO FUTURO?
ORIGEM DO MOVIMENTO VAT: UM GRITO POR MUDANÇA
A origem do Movimento VAT é um exemplo claro de como as redes sociais e a organização popular podem se transformar em uma poderosa ferramenta de mudança social. A partir de um vídeo publicado por Rick Azevedo, milhares de trabalhadores se identificaram com o relato de exaustão e falta de qualidade de vida. Esse apelo sensibilizou a população e ganhou apoio de organizações de direitos trabalhistas e de influenciadores.
Inspirado por exemplos internacionais de países que têm adotado jornadas mais curtas e observado aumentos na qualidade de vida e produtividade, o VAT levanta uma bandeira que vem ganhando força. “Não se trata apenas de reduzir o tempo de trabalho, mas de promover uma vida mais digna para quem contribui diariamente com o crescimento do país”, argumenta Azevedo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que o Brasil está entre os países com maiores taxas de burnout, um reflexo direto das condições laborais intensas. Movimentos como o VAT representam uma tentativa de alterar essa realidade.
A PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO (PEC) PARA REDUZIR A JORNADA
Com o apoio de parlamentares, o Movimento VAT deu um passo importante ao conseguir que a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) apresentasse uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa justamente alterar a escala de trabalho no Brasil. Essa proposta inclui três pontos principais:
- Redução da carga horária semanal – A PEC busca a redução para 36 horas semanais, mantendo o limite de oito horas diárias.
- Incentivos fiscais – Empresas que optarem por implementar uma jornada reduzida receberiam benefícios fiscais como forma de incentivo.
- Preservação dos direitos trabalhistas e dos salários – O objetivo é que essa mudança não resulte em perda de poder aquisitivo para os trabalhadores.
Segundo Erika Hilton, o objetivo inicial da PEC não é “cravar um modelo exato”, mas sim “provocar uma discussão no Parlamento”. A ideia é que a proposta gere um amplo debate sobre o que é mais vantajoso para a classe trabalhadora e para o desenvolvimento do país.
A deputada tem buscado apoio no Congresso para consolidar a proposta e viabilizar audiências públicas. “Esse é apenas o início de um longo caminho para dar voz ao trabalhador brasileiro que, há muito tempo, clama por mais qualidade de vida”, declarou Hilton em entrevista ao jornal O Globo.
POR QUE MUDAR A ESCALA 6×1? A SITUAÇÃO ATUAL DOS TRABALHADORES BRASILEIROS
A jornada de trabalho brasileira tem raízes históricas que remontam à Revolução Industrial, onde o trabalho contínuo e exaustivo era a regra. No entanto, a limitação para uma jornada de 44 horas semanais só foi estabelecida com a Constituição de 1988. Desde então, as condições do mercado de trabalho mudaram e a carga horária de seis dias consecutivos para um dia de folga passou a ser questionada.
O Movimento VAT levanta um ponto essencial: “Trabalhar seis dias e folgar apenas um não permite que o trabalhador recupere seu bem-estar mental e físico.” De acordo com um estudo realizado pelo Instituto DataSenado em abril de 2024, 85% dos trabalhadores afirmam que teriam uma qualidade de vida muito maior com um dia a mais de folga semanal, sem perda salarial.
OS BENEFÍCIOS DA REDUÇÃO DA JORNADA: O QUE DIZEM OS ESTUDOS INTERNACIONAIS
Diversos países europeus já adotaram modelos alternativos de jornada de trabalho. Na Alemanha, por exemplo, estudos apontam que a produtividade aumentou com a redução da jornada. O Reino Unido também iniciou um estudo piloto em empresas de diversos setores e, ao final do experimento, a maioria das empresas manteve o modelo de quatro dias de trabalho por semana. Com isso, obtiveram resultados positivos como o aumento da receita e a satisfação dos colaboradores.
No Brasil, há indícios de que uma redução similar poderia beneficiar a economia ao abrir novas vagas de emprego e ao melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. Trabalhadores mais descansados e satisfeitos tendem a ser mais produtivos, e a economia como um todo pode se beneficiar disso.
AS DIFICULDADES DO SETOR EMPRESARIAL: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
Naturalmente, o movimento também enfrenta resistência. Empresas expressam preocupações sobre como a redução da jornada pode impactar seus custos e produtividade. Em setores como a indústria, por exemplo, a aplicação de uma semana de quatro dias pode parecer desafiadora, dada a necessidade de manter a produção ininterrupta.
Sindicatos e organizações de direitos humanos, no entanto, ressaltam que essa resistência é natural, mas que, com o tempo, as empresas poderiam se adaptar. Em países que adotaram esse modelo, como a França e a Alemanha, a adaptação trouxe resultados positivos, e é isso que o VAT pretende trazer ao Brasil.
A PETIÇÃO PÚBLICA DO VAT PELO FIM DA ESCALA 6×1
O movimento VAT lançou uma petição pública direcionada ao Congresso Nacional, onde solicita que a escala de trabalho 6×1 seja revista. A petição defende, entre outras coisas:
- A revisão da escala de trabalho – A implementação de alternativas que promovam uma jornada equilibrada e que permita ao trabalhador tempo para sua vida pessoal e familiar.
- Um debate público e transparente – Envolvendo representantes de trabalhadores, empregadores e especialistas em direito laboral.
- Políticas de proteção ao trabalhador – Que incluam férias regulares, limitações de horas extras e licenças parentais.
- Fiscalização rigorosa das novas normas – Com punições para empresas que não respeitarem os direitos trabalhistas.
A petição reforça que a legislação trabalhista brasileira deve ser modernizada para garantir condições de trabalho justas e saudáveis, e que a visita de Rick Azevedo ao Congresso será essencial para fortalecer essa luta e estabelecer um diálogo construtivo com os representantes da Câmara.
O QUE ESPERAR DO FUTURO?
O fim da escala 6×1 representa uma mudança significativa para os trabalhadores brasileiros e para a economia como um todo. Se aprovada, essa alteração promete trazer uma nova visão sobre a importância do equilíbrio entre vida pessoal e profissional no Brasil.
Será que o país está pronto para essa transformação? Esse é o debate que o Movimento Vida Além do Trabalho quer provocar, com a esperança de que o futuro reserve melhores condições para os trabalhadores brasileiros.
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