UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) foi a primeira instituição de ensino pública a aderir à força-tarefa para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, um dos temas destaque na última reunião do G20, que ocorreu no Brasil em novembro. O reitor Irineu Manoel de Souza assinou a declaração de compromisso e levou a instituição a se comprometer com questões como a implementação de políticas domésticas, cooperação e apoio em políticas públicas e apoio ao conhecimento, área em que a UFSC se situa como instituição de referência.
A professora Cristiane Derani, do Departamento de Direito da UFSC, reconhecida pela atuação nas áreas de direito ambiental, internacional e econômico foi chamada pelo Ministério do Desenvolvimento Social a participar, como especialista, de um grupo focado em discutir a questão da alimentação e do combate à fome no mundo. A partir daí, veio o convite para que a UFSC aderisse à iniciativa, para que se pudesse aproveitar sua especialidade na produção de conhecimento em agricultura, sustentabilidade e em biotecnologia.
As próximas etapas de trabalho da UFSC junto à aliança envolvem reuniões de um grupo em que a instituição está conectada à Universidade Federal de Goiás (UFG) e do Rio Grande do Sul (UFRGS). No decorrer do andamento das atividades, os pesquisadores já envolvidos farão contato com outros especialistas em diferentes áreas do conhecimento. “A ideia é agrupar os pesquisadores de uma forma multidisciplinar para trabalhar auxiliando o pacto da Aliança Global Contra a Fome”, comenta a professora.
A professora se destaca pelo seu trabalho com a segurança alimentar, que discute a continuidade da produção de alimentos no mundo, dentro de um quadro de restauração ecológica e de conservação do meio ambiente, incluindo a proteção da biodiversidade e do clima. “O pacto assinado pelo G20 se baseia em três pilares: financeiro, técnico e político. Nós fazemos parte desse segundo pilar”, argumenta Derani.
No artigo Sustainable Global Food System, publicado pela Springer Nature, Derani estuda a meta de acabar com a fome até 2030 apresentada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo ela, a decisão sobre o que, onde, como e para quem produzir os alimentos “deve estar vinculada a premissas ecológicas para uma justiça ecológica, que é a base da justiça social, econômica e alimentar”.
A Força-tarefa para Aliança Global contra a Fome e a Pobreza pretende fortalecer uma Aliança Global para buscar recursos e conhecimentos para a implementação de políticas públicas e tecnologias sociais aptas a reduzirem a fome e da pobreza no mundo. A adesão à Aliança Global estará aberta não somente aos membros do G20, mas a todos os países interessados.
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