30% dos jovens brasileiros sonham em empreender e ter o próprio negócio
Você sabia que empreender é o maior sonho de grande parte da juventude brasileira? De acordo com uma pesquisa recente do Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência (Sou_Ciência), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), realizada em parceria com o Instituto de Pesquisa IDEIA, três em cada dez jovens entre 18 e 27 anos desejam ter o próprio negócio. Esse dado reflete um fenômeno crescente de autonomia e protagonismo no mercado de trabalho.
Conteúdos
O PERFIL DO JOVEM EMPREENDEDOR
O estudo revela que o desejo de empreender está diretamente relacionado ao nível de escolaridade: quanto mais estudo, maior o interesse em abrir um negócio. Jovens pretos (31%) e pardos (32%) também aparecem como os mais determinados a trilhar o caminho do empreendedorismo.
“A pesquisa nos surpreende pelo fato de que temos um número expressivo de jovens empregados com carteira assinada, cerca de 42%, mas que não pretendem permanecer nesse formato de trabalho. Há uma migração clara para outras formas de atuação profissional”, explica Pedro Arantes, pesquisador do Sou_Ciência.
Para outros entrevistados, as carreiras como funcionário público (18%), viver de renda ou investimentos (18%) e atuar como autônomo (12%) também despontam como alternativas atraentes. Apenas 11% almejam continuar como empregados com carteira assinada, e 8% declararam não querer trabalhar.
CORRUPÇÃO: O MAIOR PROBLEMA DO PAÍS
Não é só a vida profissional que preocupa os jovens brasileiros. Quando questionados sobre os principais problemas do país, 34% apontaram a corrupção como o maior desafio. Esse dado é ainda mais impactante quando comparado à pesquisa de 2021, na qual a corrupção ocupava apenas a sexta posição.
“Os jovens são o grupo mais exposto à realidade das ruas, o que também contribui para uma percepção mais aguçada sobre problemas como a violência, que ficou em segundo lugar nesta pesquisa, com 30% das respostas”, destaca Arantes.
Outras preocupações levantadas incluem a saúde (26%), a crise ambiental e climática (24%), a educação (23%) e o desemprego (23%).
DESAFIOS DE SAÚDE MENTAL
Ansiedade e depressão são os problemas de saúde mais mencionados, afetando 38% dos jovens entrevistados. Esse dado atravessa todos os recortes sociais e econômicos, apontando para um problema universal dentro dessa faixa etária.
“O que mais afeta os jovens no Brasil são os problemas de saúde mental, muitas vezes relacionados à pandemia, aos discursos de ódio e às expectativas frustradas no mercado de trabalho”, acrescenta o pesquisador.
POSIÇÃO POLÍTICA: AFASTAMENTO DA POLARIZAÇÃO
A maioria dos jovens (67%) declarou não se identificar nem com a esquerda nem com a direita, indicando um afastamento da polarização política. Entretanto, quando instigados a se posicionar, 23% se disseram alinhados a Bolsonaro, enquanto 28% mostraram proximidade com Lula. Um expressivo grupo de 33% não se identificou com nenhum dos dois lados.
A pesquisa também revelou divisões em temas específicos. Enquanto 80% dos jovens de esquerda apoiam o casamento civil igualitário, apenas 27% dos direitistas compartilham dessa opinião. Já a ampliação de escolas cívico-militares é defendida por 68,6% dos jovens de direita e apenas 26% dos de esquerda.
UM OLHAR PARA O FUTURO
Esses dados revelam uma geração que busca novas formas de se inserir no mercado de trabalho, enfrenta desafios relacionados à corrupção e saúde mental, e busca se distanciar de polarizações políticas. Como sociedade, temos a oportunidade de criar um ambiente mais inclusivo e inovador para que esses jovens possam prosperar.
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