Reforma da governança global ganha força sob liderança brasileira no Brics
O ano de 2025 marca um momento decisivo para o Brics, e o Brasil está no centro das atenções. Assumindo pela quarta vez a presidência rotativa do bloco, o país tem o desafio e a oportunidade de liderar o Brics em uma fase de expansão sem precedentes. O grupo, que tradicionalmente reuniu Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, agora está se transformando com a entrada de novos membros e a consolidação de uma agenda ambiciosa.
Com o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, o Brasil pretende reafirmar sua relevância no cenário internacional. Mas, como traduzir essas palavras em ações concretas? Vamos explorar os caminhos que essa liderança pode tomar.
Conteúdos
UMA ALIANÇA MAIS FORTE E REPRESENTATIVA
A expansão do Brics é uma realidade. Em 2025, nove novos países passarão a integrar o grupo, entre eles Cuba, Bolívia, Indonésia e Malásia. Essa ampliação reflete não apenas o crescimento do bloco, mas também sua capacidade de atrair países que buscam maior autonomia no cenário global. Com isso, o Brics agora representa mais de 40% da população mundial e aproximadamente 37% do PIB global. Essa representação ampliada demonstra um potencial imenso para influenciar políticas globais.
Mas como harmonizar interesses de economias tão diversas? O desafio da inclusão está no cerne dessa nova etapa do Brics. Paulo Borba Casella, especialista em relações internacionais da USP, destaca: “Como fazer funcionar um Brics ampliado, com dez membros plenos e outros países associados? Esse é o grande desafio”. Essa diversidade, que é uma força, também exige mecanismos de cooperação e articulação mais robustos para evitar conflitos internos.
A REVOLUÇÃO DAS MOEDAS LOCAIS
Uma das iniciativas mais ousadas do bloco é a implementação de um sistema de pagamento baseado em moedas locais, reduzindo a dependência do dólar em transações internacionais. Essa medida, além de trazer benefícios econômicos para os membros, também desafia a hegemonia dos Estados Unidos no comércio global.
Para que essa revolução financeira se concretize, será necessário desenvolver plataformas tecnológicas que garantam a segurança e a eficiência das transações. Além disso, os países do Brics precisarão alinhar políticas monetárias e fiscais para evitar oscilações cambiais que possam comprometer os comércios locais.
E o que dizem os Estados Unidos? Donald Trump, presidente eleito, reagiu duramente, ameaçando sanções comerciais aos países que abandonassem o uso do dólar. No entanto, essa postura enfrenta críticas dentro e fora dos EUA. Segundo Casella, “O sistema internacional não se baseia apenas em intimidações. A cooperação do Brics mostra que existem alternativas viáveis”.
O PAPEL DO BRASIL NA NOVA ERA DO BRICS
Se na última vez que liderou o bloco o Brasil foi considerado discreto, agora as expectativas são bem diferentes. Maria Elena Rodríguez, pesquisadora da PUC-Rio, destaca a importância deste momento: “O Brasil tem a chance de se posicionar como protagonista, promovendo avanços concretos em áreas como negociação em moedas locais e o fortalecimento da representação latino-americana”.
No entanto, o desafio não está apenas em promover mudanças no âmbito global, mas também em fortalecer a imagem do Brasil como líder regional. A cúpula do Brics de 2025 deve ser uma vitrine para mostrar ao mundo o potencial do país e sua capacidade de liderança em um contexto internacional cada vez mais complexo.
REFORMA DA GOVERNANÇA GLOBAL: UM OBJETIVO AMBICIOSO
Uma das bandeiras do Brics é a defesa de uma reforma na governança global. A ideia é ampliar a representação de países da Ásia, África e América Latina em organizações como o Conselho de Segurança da ONU e o FMI. Essa é uma demanda histórica dos países emergentes, que buscam corrigir um desequilíbrio de poder que remonta ao pós-Segunda Guerra Mundial.
Essa reforma, no entanto, enfrenta resistências significativas. Muitos países desenvolvidos temem perder poder nessas instituições. Para superar essas resistências, o Brics precisa apresentar propostas concretas que demonstrem os benefícios de uma governança mais inclusiva para todos.
UM BLOCO EM TRANSFORMAÇÃO
A expansão do Brics não é apenas numérica, mas também qualitativa. Com reservas significativas de recursos naturais, capacidade produtiva e uma diversidade cultural e econômica única, o bloco se posiciona como uma força motriz para um mundo multipolar.
Porém, o futuro do Brics depende de sua capacidade de alinhar interesses divergentes e transformar discursos em ações. E você, leitor, acredita que o Brics será capaz de moldar o futuro da economia global?
Com informações de Agência Brasil
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