Ilustradora catarinense assina capa histórica na edição centenária da The New Yorker
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Camila Rosa, ilustradora catarinense radicada em Nova York, vive um dos momentos mais expressivos de sua carreira. Seu trabalho foi selecionado para compor a edição especial de 100 anos da icônica revista The New Yorker , um marco no jornalismo e na cultura mundial.
Fundada em 1925 pelos jornalistas Jane Grant e Harold Ross, a The New Yorker se consolidou como uma das publicações mais influentes do planeta, conhecida por seu estilo de escrita refinado, ilustrações marcantes e compromisso inabalável com a liberdade de expressão. Ao longo de um século, a revista acumulou prêmios, incluindo o Pulitzer, e moldou o cenário literário e cultural dos Estados Unidos e do mundo.
Agora, em 2025, para comemorar seu centenário, a publicação recomendou uma série de capas comemorativas assinadas por artistas renomados. Entre os escolhidos está Camila Rosa , que imprimiu sua identidade e suas raízes latino-americanas em uma releitura de um dos personagens mais icônicos da revista: Eustace Tilley .
Conteúdos
UMA RELEITURA QUE HONRA A IDENTIDADE LATINO-AMERICANA
O personagem Eustace Tilley surgiu na primeira edição da The New Yorker , observando uma borboleta por meio de um monóculo. Para sua versão comemorativa, Camila Rosa trouxe um olhar inovador e profundamente representativo: transformou Tilley em uma mulher latino-americana , destacando a diversidade e sua própria identidade cultural.
“É uma honra fazer parte das capas do centenário da The New Yorker. Como artista brasileira, senti que era importante retratar Eustace Tilley como uma mulher, e principalmente uma mulher latino-americana, refletindo minha própria herança e também o momento que vivemos hoje em que a imigração tem sido tão debatida, principalmente aqui nos Estados Unidos”, declarou Camila Rosa.
Outro detalhe simbólico de sua criação é na maneira como uma borboleta foi representada. Enquanto na versão original o personagem a observa com um monóculo, na ilustração de Camila, o inseto está pousado na mão da mulher, sendo distribuído diretamente. O elemento, além de manter a conexão com a capa de 1925, ganha um novo significado: uma relação mais próxima e sensível com a natureza, remetendo ao vínculo do Brasil com o meio ambiente.
A edição comemorativa de 100 anos da The New Yorker foi publicada em fevereiro de 2025 e, além da arte de Camila Rosa, traz capas assinadas por outros grandes artistas do cenário internacional, como Diana Ejaita (Nigéria/Alemanha), Anita Kunz (Canadá), Javier Mariscal (Espanha) e Kerry James Marshall (EUA).
A TRAJETÓRIA DE UMA ILUSTRADORA CATARINENSE QUE QUEBRA PARADIGMAS
Nascida em Joinville (SC), em 1988 , Camila Rosa consolidou-se como ilustradora, artista visual e designer , levando seu trabalho a diferentes partes do mundo. Sua arte vibrante, marcada por cores intensas e expressivas, dialogando com temas como feminismo, diversidade e justiça social, sempre destacando a representação de mulheres latinas sob novas perspectivas.
Sua jornada começou em 2010, quando integrou um coletivo feminino de arte de rua , explorando a força da arte urbana como forma de expressão. Desde então, sua carreira decolou, levando-a a colaborar com marcas e publicações de peso como Adidas, Apple, Nike, Spotify, The New York Times, The Wall Street Journal, Vans e, claro, The New Yorker .
Seu trabalho já foi exposto em cidades como Nova York, Los Angeles, Londres, Madri, Hong Kong, Lisboa e diversas regiões do Brasil. Além disso, recebeu prêmios importantes e participou de júris de prestigiadas competições de design, incluindo o ADC Annual Awards em Nova York e a Bienal Brasileira de Design .
A ascensão de Camila Rosa reflete o poder da arte como ferramenta de representatividade e transformação cultural. Seu nome, agora eternizado nas páginas da The New Yorker , reforça não apenas seu talento, mas a importância de novas narrativas visuais no cenário global.
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