Novos profissionais do Mais Médicos em Santa Catarina ampliam acesso à saúde para os catarineneses

Foto: FreepikO programa Mais Médicos, que tem sido uma peça chave na ampliação do acesso à saúde em regiões carentes do Brasil, lançou recentemente o seu 38º ciclo. Com a oferta de 3.177 vagas, o programa atraiu uma quantidade significativa de candidatos, totalizando 33.014 inscrições. Este artigo detalha a alocação desses novos profissionais, com um foco especial em Santa Catarina, e explora as mudanças e melhorias implementadas no programa desde o seu relançamento em 2023.

INSCRIÇÕES E PERFIL DOS CANDIDATOS

Quando analisamos as inscrições, fica claro o engajamento e o interesse dos médicos formados no Brasil. De todas as inscrições recebidas, 95% foram de profissionais com registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) do Brasil. Isso reflete um forte comprometimento de médicos locais com o programa. O restante, 5%, são brasileiros formados no exterior, mostrando uma diversidade no perfil dos candidatos.

PERFIL DOS CANDIDATOS: OS NOVOS PROFISSIONAIS DO MAIS MÉDICOS EM SANTA CATARINA

No total, 3.079 inscrições foram de cotistas, o que representa 9,3% do total. Desses, 382 candidatos (12,4%) se inscreveram para vagas destinadas a pessoas com deficiência, enquanto 2.741 (88%) optaram pelas cotas étnico-raciais. Esse dado é relevante, pois demonstra a diversidade e a inclusão no processo de seleção, refletindo um avanço significativo em termos de equidade.

Quando observamos a distribuição por sexo, há uma predominância feminina, com 18.782 inscrições (56,9%) contra 14.196 masculinas (43%), e apenas 36 inscrições (0,1%) sem especificação de sexo. Isso sugere que o campo da medicina continua atraindo um número significativo de mulheres, o que é positivo para a representação feminina na área.

DISTRIBUIÇÃO DOS PERFIS E RESULTADOS

O programa ofereceu 3.177 vagas e, impressionantemente, 99,9% delas foram preenchidas. A exceção foi uma vaga em São Jerônimo (RS), que permaneceu desocupada. Do total de alocações, 3.005 (95%) foram para o perfil 1, que inclui médicos com CRM no Brasil, enquanto 171 (5%) foram preenchidas por profissionais do perfil 2, brasileiros formados no exterior. Essa distribuição é uma mudança notável em relação ao 28º ciclo, quando o perfil 1 representava 84,7% das alocações e o perfil 2, 15,3%.

ANÁLISE DA AUTODECLARAÇÃO DE RAÇA E COR

A autoidentificação racial dos selecionados mostra uma variedade interessante: 53,9% se identificaram como brancos, 42,2% como negros (sendo 32,9% pardos e 9,3% pretos), 3,4% como amarelos e 0,5% como indígenas. Entre os alocados, 425 profissionais (13,3%) utilizaram o sistema de cotas étnico-raciais, sendo 416 negros, 6 indígenas e 3 quilombolas. Isso reflete uma crescente atenção à diversidade racial no processo de alocação.

INCLUSÃO E DIVERSIDADE NO PROGRAMA

Pela primeira vez, o programa analisou o quesito orientação sexual. A maioria dos profissionais selecionados, 85,3%, se identificam como heterossexuais. Há também uma representação de 5% para homossexuais, 1,7% para bissexuais, 0,2% para outras orientações e 0,1% para assexuais. Além disso, 7,7% preferiram não informar sua orientação sexual. Esses dados demonstram um esforço em tornar o programa mais inclusivo e diversificado.

MELHORIAS E NOVAS OPORTUNIDADES

Desde o relançamento em 2023, o governo federal tem investido significativamente no Mais Médicos para preencher lacunas no atendimento médico, especialmente em áreas vulneráveis. Os profissionais têm a oportunidade de se especializar e realizar mestrado através da Estratégia Nacional de Formação de Especialistas para a Saúde, uma iniciativa que visa aprimorar a formação e a atuação desses médicos no Sistema Único de Saúde (SUS).

O aumento no número de médicos do Mais Médicos em atividade é notável, com um crescimento de 93,83% desde o início do governo Lula, passando de 12.051 em dezembro de 2022 para 24.894 em junho de 2024. Esse crescimento não só demonstra a eficácia do programa, mas também a crescente necessidade de profissionais de saúde em todo o Brasil.

ALOCAÇÃO DOS PROFISSIONAIS EM SANTA CATARINA

Para a região Sul, foram alocados 664 profissionais, dos quais 156 atuarão em Santa Catarina. Esse número é significativo para o estado, pois contribui para a melhoria do atendimento médico em áreas que necessitam de mais cobertura e apoio.

O QUE ISSO SIGNIFICA

O programa Mais Médicos continua a ser uma iniciativa vital para a ampliação do acesso à saúde no Brasil. Com um foco renovado em diversidade e inclusão, bem como em oportunidades de qualificação para os profissionais, o programa tem se adaptado para atender melhor às necessidades da população e dos médicos envolvidos. O sucesso do 38º ciclo, evidenciado pelos números de inscrições e alocações, reflete um avanço positivo na medicina e na equidade no atendimento.

 

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