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Como ensinar crianças a identificarem fake news? Confira 6 dicas práticas para pais e educadores

Como ensinar crianças a identificarem fake news? Confira 6 dicas práticas para pais e educadores
Foto: Kampus Production

Ensinar crianças a identificarem fake news é uma habilidade cada vez mais essencial na era digital. Afinal, você já parou para pensar em quantas informações suas crianças acessam todos os dias na internet? Com a circulação de conteúdos falsos e manipuladores crescendo exponencialmente, garantir que as crianças desenvolvam o senso crítico para discernir o que é confiável e o que não é se torna uma prioridade.

Em uma época em que até mesmo adultos enfrentam dificuldades para identificar desinformação, como preparar os mais jovens para navegar nesse mar de informações de forma responsável? A seguir, exploramos práticas, recomendações e ferramentas para auxiliar pais e professores a ensinarem a nova geração a reconhecer e evitar conteúdos enganosos. A palavra-chave principal aqui é “ensinar crianças a identificarem fake news”, e nosso objetivo é estruturar uma abordagem eficiente e acessível.

POR QUE AS CRIANÇAS PRECISAM APRENDER SOBRE FAKE NEWS?

Hoje, no Brasil, 25 milhões de jovens entre 9 e 17 anos estão online, segundo o estudo TIC Kids Online Brasil. Com esse número em constante crescimento, as crianças entram em contato com todo tipo de conteúdo: notícias, vídeos, imagens e memes. Cristina Harich, diretora Pedagógica da editora Magia de Ler, responsável pelo jornal Joca, afirma que “as crianças têm sido expostas cada vez mais cedo a vídeos e outros conteúdos que circulam nas redes sociais. Com o senso crítico ainda em formação, elas precisam desenvolver a capacidade de avaliar e refletir criticamente sobre os conteúdos que recebem”.

Mas como transformar essa necessidade em prática? O primeiro passo é abordar o conceito de fake news e apresentar estratégias para identificá-las.

1. EXPLICAR O QUE É FAKE NEWS

O primeiro passo é simples, mas indispensável: o que são fake news? Traduzindo literalmente, estamos falando de notícias falsas, fabricadas intencionalmente para manipular, enganar ou desinformar. Crianças podem compreender esse conceito por meio de exemplos práticos, como notícias falsas que circulam com frequência, especialmente aquelas que chegam até elas através das redes sociais. Explique que nem tudo o que está online é real e que há sempre um motivo por trás de cada conteúdo.

2. ENSINAR A CHECAR A FONTE DA INFORMAÇÃO E OS FATOS

É fundamental mostrar aos jovens que, antes de acreditar em algo, é importante verificar de onde veio. Um dos critérios para uma notícia ser considerada verdadeira é ser publicada em fontes conhecidas e confiáveis, que contam com jornalistas profissionais. Pergunte: “Quem escreveu essa notícia? De onde ela veio?” Incentive a prática de buscar a mesma notícia em outros canais populares e reconhecidos para garantir a veracidade. Cristina complementa: “As crianças também devem ser orientadas a fazer uma pesquisa rápida e procurar a mesma notícia em outros canais de informação populares e reconhecidos”.

3. AVALIAR O SENSACIONALISMO E OBSERVAR OS DETALHES

Uma característica comum das fake news é o tom sensacionalista, com títulos exagerados e apelativos. Muitas vezes, essas notícias faltam detalhes essenciais, como datas, fontes ou informações completas sobre o fato. Ao ensinar crianças a observar se há dados específicos como nomes, locais e contexto, você as ajuda a desenvolver um olhar crítico para perceber se há algo faltando ou suspeito. Como alerta Cristina: “Se o texto omitir dados importantes, essa ausência de informações pode ser um indício de falsidade”.

4. MOSTRAR A IMPORTÂNCIA DE NÃO COMPARTILHAR SEM CHECAR

Em um clique, uma notícia falsa pode se espalhar para centenas de pessoas. Ensinar as crianças a refletirem antes de compartilhar é essencial para combater a desinformação. Se tiverem dúvidas, oriente-as a não compartilhar até que tenham certeza. Cristina explica que compartilhar informações sem checar pode ter consequências: “Um vídeo sobre saúde, por exemplo, pode levar as pessoas a seguirem conselhos ruins, colocando a segurança da pessoa em risco”.

5. DISCUTIR A IDADE MÍNIMA PARA REDES SOCIAIS

Você sabia que a idade mínima para criar perfis em redes sociais é de 13 anos? Essa regra existe para proteger as crianças da exposição precoce a conteúdos inapropriados ou desinformação. Mesmo que a criança não tenha um perfil, ela provavelmente acessa vídeos e conteúdos em plataformas populares como YouTube e TikTok. Ensine-a a ter cuidado e a ser crítica com o que vê online, mesmo em plataformas aparentemente inofensivas.

6. PROMOVER DISCUSSÕES E ESTIMULAR A CURIOSIDADE CRÍTICA

Crianças são naturalmente curiosas, e isso pode ser uma grande aliada na luta contra a desinformação. Incentive-as a fazer perguntas sobre o que veem, como “Por que alguém escreveria isso?” ou “Qual é o objetivo dessa notícia?”. Essas perguntas ajudam a desenvolver o pensamento crítico, uma habilidade fundamental para navegar com segurança na internet. “Podemos incluí-los nas discussões, debatendo sobre fatos da atualidade que façam sentido ao universo deles”, finaliza Cristina.

COMO O JORNAL JOCA PROMOVE O LETRAMENTO MIDIÁTICO

O Joca, o primeiro jornal brasileiro voltado para o público infantojuvenil, não só reporta notícias, mas também assume um papel ativo na educação midiática dos jovens. Desde 2022, o jornal realiza formações para professores e estudantes, e, em 2023, iniciou a oficina “Fato ou Fake”, beneficiando cerca de 700 jovens até o momento. Esse tipo de iniciativa é vital para formar cidadãos críticos, conscientes e responsáveis, capazes de navegar pela internet sem se deixar influenciar pela desinformação.

UM INVESTIMENTO NO FUTURO

Em um mundo onde a desinformação tem o potencial de influenciar negativamente a vida de milhões, ensinar crianças a identificarem fake news é um investimento no futuro. Incentivar a curiosidade, promover discussões saudáveis e fornecer ferramentas para verificar a veracidade das informações são passos que, juntos, formam uma geração mais preparada e crítica. Como afirmou Cristina Harich, “mais bem informada, a nova geração contará com cidadãos mais críticos, responsáveis e ativos no futuro”.

O que você pensa sobre isso? Você já teve que explicar para seu filho ou aluno a importância de checar as notícias? Deixe suas experiências nos comentários, e vamos continuar essa conversa.

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