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Como guardar e proteger seus bitcoins

Por Wladimir Crippa

Nos últimos anos, o Bitcoin e outras criptomoedas ganharam destaque como ativos digitais valiosos e alternativas de investimento. Com esse crescimento, a importância da segurança e custódia desses ativos também aumentou exponencialmente. Como disse no artigo anterior, com o Bitcoin você é o seu próprio banco, e isto inclui você mesmo ser responsável pela guarda das criptomoedas.

Entender como o processo de guarda do Bitcoin funciona é crucial para os investidores, garantindo a proteção de seus investimentos em um ambiente digital muitas vezes complexo e em constante evolução.

A guarda do Bitcoin refere-se ao armazenamento seguro das chaves privadas que dão acesso aos fundos de criptomoedas. As chaves privadas são essenciais para assinar transações e provar a propriedade do Bitcoin. Existem várias formas de realizar essa guarda, cada uma com seus níveis de segurança e conveniência.

Carteiras de software/apps (software wallets)

São aplicativos de computador ou de smartphones que armazenam as chaves privadas do usuário. Exemplos incluem a Electrum, a Exodus e a Trust Wallet.

Essas carteiras são convenientes para uso diário, pois permitem acesso rápido aos fundos. Contudo, como estão conectadas à internet, podem ser vulneráveis a ataques cibernéticos se o dispositivo estiver comprometido.

Carteiras de hardware (hardware wallets)

São dispositivos físicos projetados especificamente para armazenar chaves privadas de forma offline. As mais conhecidas são a Ledger Nano S, Ledger Nano X, Cool Wallet S e Trezor.

Oferecem um nível superior de segurança, pois as chaves privadas nunca entram em contato com um dispositivo conectado à internet, protegendo assim contra hackers.

Adicionam ainda camadas extras de segurança, como senhas e biometria.

Carteiras de papel (paper wallets)

Consistem em uma impressão das chaves privadas em papel, muitas vezes acompanhadas de um QR code para facilitar transações. São extremamente seguras, pois estão completamente offline e imunes a hacks online.

No entanto, a segurança física do papel é crucial, pois qualquer dano ou perda resultará na perda irreversível dos fundos. Além disso, somente você deve ter acesso à paper wallet, pois qualquer pessoa que a tenha poderá retirar seus fundos.

Custódia em exchanges/corretoras

Muitos usuários optam por deixar seus bitcoins nas carteiras das exchanges, onde compraram ou negociam a criptomoeda. Embora seja conveniente para fins de negociação, essa prática não é recomendada para guardar grandes quantidades de Bitcoin devido ao risco de ataques a essas plataformas. E infelizmente isso já ocorreu dezenas de vezes, em exchanges de todos os tamanhos e de diversos países. Inclusive no Brasil.

Escolhendo a melhor opção para você

Ao decidir sobre o método de guarda e custódia do Bitcoin, os usuários devem considerar diversos fatores:

Segurança: priorize a segurança dos seus fundos, especialmente se estiver lidando com grandes quantidades de Bitcoin. Para investidores de longo prazo, a custódia fria (paper wallet e hardware wallet) oferece o mais alto nível de proteção contra hacks e roubos.

Conveniência: para transações frequentes e acesso fácil aos fundos, as carteiras de software ou hardware são mais práticas. Investidores que precisam de liquidez imediata podem preferir custódia quente em exchanges confiáveis.

Custos: algumas carteiras e serviços de custódia podem envolver taxas, especialmente as instituições de custódia profissional. Avalie os custos em relação ao valor e à segurança oferecida pelo serviço.

Backup e Recuperação: independentemente do método escolhido, sempre faça backups adequados das chaves privadas. Tenha um plano de recuperação em caso de perda ou danos aos dispositivos de armazenamento.

Finalizando, o processo de guarda do Bitcoin envolve escolhas importantes que afetam a segurança e acessibilidade dos seus fundos. É crucial que os usuários compreendam as diferentes opções disponíveis, avaliem seus próprios requisitos de segurança e conveniência, e tomem medidas adequadas para proteger seus investimentos em criptomoedas neste cenário em constante evolução.

Wladimir Crippa – administrador do grupo Bitcoin Brasil (fb.com/groups/btcbr); organizador da bitconf – bitconf.com.br (1ª conferência sobre Bitcoin realizada no Brasil, desde 2014); ex-assessor do Ministro da Ciência e Tecnologia (Celso Pansera/2016); atualmente membro da Comissão Temática de Tecnologia, Inovação e Transformação Digital do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável. E-mail: wladimir@wladimir.com.br

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