Cultura

Mulheres cineastas catarinenses se destacam no Festival de Cinema Ambiental de Garopaba

Eglê, da diretora Adriane Canan, é um dos 31 filmes que serão exibidos de graça na 3ª edição do FICA - Festival Internacional de Cinema Ambiental de Garopaba

Mulheres cineastas catarinenses se destacam no Festival de Cinema Ambiental de Garopaba
Registro da catarinense Eglê Malheiros nos anos 80. Crédito Paulo Dutra

Mulheres cineastas de SC vêm, cada vez mais, ganhando espaço e visibilidade em festivais de cinema ao redor do Brasil e do mundo. E o Festival Internacional de Cinema Ambiental de Garopaba (FICA) é um desses eventos que celebra o talento, a diversidade e o olhar feminino no audiovisual. Afinal, qual o papel dessas mulheres no cenário cultural? Como suas narrativas contribuem para o fortalecimento da nossa cultura?

De 4 a 9 de novembro, Garopaba abre suas portas para a 3ª edição do FICA, onde mulheres cineastas de SC se destacam com obras que trazem à tona histórias únicas e profundamente conectadas com as questões sociais e ambientais da nossa época.


OS PRINCIPAIS DESTAQUES FEMININOS NO FICA GAROPABA

O FICA traz, nesta edição, a exibição gratuita de 31 filmes, entre os quais obras de grandes cineastas catarinenses. Entre os destaques, está o documentário “Eglê”, da diretora Adriane Canan, que homenageia Eglê Malheiros, uma das figuras mais relevantes da história do cinema em Santa Catarina.

O filme será exibido no dia 7 de novembro, na Praça Central de Garopaba, e promete ser um dos pontos altos do evento. A trajetória de Eglê, pioneira no cinema catarinense, e única mulher a integrar o histórico Grupo Sul, é um exemplo inspirador de resistência e inovação. Adriane comenta que o objetivo do documentário é “jogar luz sobre a história de Eglê Malheiros, uma mulher de vanguarda de Santa Catarina em várias áreas”.

Por meio de produções como essa, o FICA se transforma em um palco essencial para o reconhecimento de mulheres que marcaram e ainda marcam o audiovisual catarinense e brasileiro.

O Festival não é apenas um evento de exibição de filmes. Segundo a cineasta Adriane Canan, festivais como o FICA possibilitam uma conexão entre o público e o cinema produzido localmente e internacionalmente. “É um caminhar de políticas públicas de inclusão de públicos e realizadores”, ressalta.

O FICA também destaca a relevância do cinema como ferramenta de transformação social, promovendo o diálogo entre diferentes realidades e possibilitando que o público reflita sobre questões essenciais. Para Adriane, o cinema é um espaço de liberdade criativa e de resistência, que permite explorar narrativas únicas e autênticas.

O OLHAR DE SHEIDE MARA E O PODER DAS PLANTAS NO DOCUMENTÁRIO “PLANTADEIRA”

O documentário “Plantadeira” é outra obra que promete emocionar e provocar o público. Dirigido por Sheide Mara, o filme aborda a relação entre o cuidado com a terra e o bem-estar físico e emocional das pessoas.

Sheide, que vive em Garopaba desde 2018, acredita que a obra traz uma mensagem de valorização do meio ambiente e do poder terapêutico das plantas. “A importância das plantas em seus diversos usos é de grande valor, especialmente em tempos de crise climática. É essencial que valorizemos o cuidado com a terra e o poder das plantas para a cura do corpo, da mente e do espírito”, explica a diretora.

A história pessoal de Sheide, que inicialmente não tinha o cinema como foco, reflete a pluralidade do festival e a força das histórias que transcendem o audiovisual.

A CIDADE COMO CENÁRIO E INSPIRAÇÃO: “A ÚLTIMA PRIMAVERA” DE MICHELLY HADASSA

Outro filme que ganha destaque no FICA é “A Última Primavera”, dirigido por Michelly Hadassa. Totalmente produzido em Garopaba, o curta-metragem traz uma narrativa intensa, inspirada pela vida pessoal da diretora. Com um currículo extenso, Michelly conta que o roteiro do filme foi escrito após uma experiência de perda e transformações profundas.

Para Michelly, o cinema tem um poder de transformar vidas e de refletir a realidade de forma visceral. “Muitos são os filmes que nos tocam e nos trazem lições. Quando comecei a estudar Cinema, percebi que me identificava mais com filmes que mostrassem a minha realidade”, revela. “A Última Primavera” será exibido na Mostra Vozes Veladas, com obras catarinenses que representam o olhar diversificado do audiovisual do estado.

A REPRESENTATIVIDADE DE MULHERES NO CINEMA CATARINENSE

A presença de mulheres cineastas como Adriane Canan, Sheide Mara e Michelly Hadassa no FICA representa não apenas o talento, mas também a luta por representatividade no cinema. As diretoras enfrentam desafios constantes, desde a captação de recursos até o reconhecimento profissional, mas eventos como o FICA mostram que, cada vez mais, suas vozes encontram espaço.

A coordenadora do FICA, Cristovam Muniz Thiago, espera um público de mais de 2.300 pessoas ao longo dos dias de festival. Com ações gratuitas, o evento promove a inclusão e leva o cinema a praças e espaços culturais da região, ampliando o alcance das produções e celebrando a cultura e a natureza.

Para aqueles que desejam conhecer mais sobre o festival e sua programação, o perfil @fica.garopaba no Instagram traz atualizações e informações detalhadas sobre cada dia do evento.


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