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Bolsonaro sabia e concordou com plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

Denúncia da PGR revela conhecimento e anuência do ex-presidente

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na noite desta terça-feira (18), uma grave acusação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo a denúncia, ele estava plenamente ciente e deu aval para a elaboração e execução de um plano que tinha como alvos o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

O esquema, denominado “Punhal Verde Amarelo”, foi descrito pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, como uma operação minuciosamente arquitetada e de extrema periculosidade. De acordo com Gonet, Bolsonaro tomou conhecimento do plano em um momento em que o Ministério da Defesa estava prestes a admitir que não havia encontrado indícios de fraude no processo eleitoral.

O PLANO E OS ALVOS: UMA TRAMA DE ATAQUES ESTRATÉGICOS

Segundo a PGR, o plano previa a “neutralização” do Supremo Tribunal Federal e incluía estratégias como ataques com armas bélicas contra Alexandre de Moraes e a tentativa de assassinato de Lula por envenenamento.

“O plano se desdobrava em minuciosas atividades, requintadas nas suas virtualidades perniciosas. Tinha no Supremo Tribunal Federal o alvo a ser ‘neutralizado’. Cogitava o uso de armas bélicas contra o ministro Alexandre de Moraes e a morte por envenenamento de Luiz Inácio Lula da Silva”, destacou Gonet.

A denúncia também inclui 33 outras pessoas, entre militares e assessores próximos a Bolsonaro. Entre os acusados estão figuras como Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

OPERAÇÃO COPA 2022: O PLANO EM MOVIMENTO

O material apresentado pela PGR sustenta que o esquema avançou além da fase de planejamento. Segundo a investigação, houve monitoramento dos alvos e preparativos concretos para a execução dos ataques.

“Foram levadas a cabo ações de monitoramento dos alvos de neutralização, o ministro Alexandre de Moraes e o presidente eleito Lula da Silva. O plano contemplava a morte dos envolvidos, admitindo-se meios como explosivos, instrumentos bélicos ou envenenamento”, menciona a denúncia.

O dia 15 de dezembro de 2022 seria a data final para a execução, mas o plano foi frustrado pela impossibilidade de cooptar o Comando do Exército na última hora.

DOCUMENTOS E EVIDÊNCIAS: A PROVA DA ANUÊNCIA

A investigação revela que o plano foi impresso dentro do Palácio do Planalto no dia 9 de novembro de 2022, pelo então assessor da Presidência da República e general do Exército Mário Fernandes. O documento foi posteriormente levado ao Palácio da Alvorada, onde Fernandes se encontrou com Bolsonaro. Registros da Polícia Federal confirmam sua entrada no Alvorada às 17h48 daquele dia.

“A ciência do plano pelo presidente da República e sua anuência a ele são evidenciadas por diálogos posteriores, comprobatórios de que Jair Bolsonaro acompanhou a evolução do esquema e a possível data de sua execução integral”, ressalta Gonet.

Uma das provas mais contundentes é um áudio obtido pela Polícia Federal, no qual Mário Fernandes relata a Mauro Cid que discutiu diretamente com Bolsonaro o momento ideal para a execução das ações.

“Durante a conversa que tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo, não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo. Mas (…), ai na hora, eu disse, pô presidente, mas o quanto antes, a gente já perdeu tantas oportunidades”, diz o áudio.

BOLSONARO E MAIS 33 SÃO DENUNCIADOS POR TENTATIVA DE GOLPE DE ESTADO

A PGR acusa Bolsonaro e seus aliados de liderarem uma organização criminosa destinada a abolir violentamente o Estado Democrático de Direito.

A Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux, será responsável pelo julgamento da denúncia. Caso a maioria dos ministros aceite a acusação, Bolsonaro e os demais denunciados se tornarão réus e responderão a uma ação penal no Supremo.

A data do julgamento ainda não foi definida, mas há expectativas de que o caso possa ser analisado ainda no primeiro semestre de 2025.

UMA “TRAMA CONSPIRATÓRIA ARMADA”

A PGR enfatiza que Bolsonaro e Braga Netto desempenharam papel central na conspiração, atuando como líderes de uma estratégia golpista para impedir a posse de Lula.

“A organização tinha por líderes o próprio presidente da República e o seu candidato a vice-presidente, o general Braga Netto. Ambos aceitaram, estimularam e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e independência dos poderes e do Estado de Direito democrático”, afirma Gonet.

A denúncia também ressalta que Bolsonaro, ao longo de seu mandato, adotou um tom crescente de ruptura com a normalidade institucional, especialmente após a anulação das condenações de Lula, que permitiu seu retorno à disputa eleitoral de 2022.

Agora, o Brasil aguarda o desenrolar desse caso histórico. Qual será o desfecho desse julgamento? O que ele representará para a democracia brasileira?


Fonte: Agência Brasil



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