Quando falamos sobre câncer de mama, a busca por informações e estratégias de prevenção é uma constante na vida das mulheres. O que muitas talvez não saibam é que a amamentação pode desempenhar um papel crucial na redução do risco dessa doença. Estudos têm mostrado que cada ano de aleitamento materno pode reduzir a chance de desenvolvimento de câncer de mama em até 4,3%. E não para por aí: a cada novo parto, esse risco pode diminuir ainda mais, adicionando 7% a menos de risco para cada nascimento. Mas como exatamente a amamentação contribui para essa proteção e o que mais a ciência tem a dizer sobre isso? Vamos explorar essas questões e entender melhor o impacto positivo da amamentação.
Conteúdos
- BENEFÍCIOS DA AMAMENTAÇÃO NA REDUÇÃO DO RISCO DE CÂNCER DE MAMA O QUE DIZ A PESQUISA?
- A RECOMENDAÇÃO DO BANCO DE LEITE HUMANO
- ESTUDOS E DADOS SOBRE AMAMENTAÇÃO E CÂNCER DE MAMA O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS?
- AMAMENTAÇÃO E GRAVIDEZ: QUAL É A RELAÇÃO?
- A AMAMENTAÇÃO E A GENÉTICA: O QUE DIZEM OS ESTUDOS?
- TEORIAS SOBRE OS MECANISMOS DE PROTEÇÃO COMO A AMAMENTAÇÃO REDUZ O RISCO DE CÂNCER DE MAMA?
- O QUE OS ESTUDOS INDICAM SOBRE A AMAMENTAÇÃO E A GRAVIDEZ?
- CONCLUSÃO: A IMPORTÂNCIA DA AMAMENTAÇÃO
- RECOMENDAÇÕES FINAIS
BENEFÍCIOS DA AMAMENTAÇÃO NA REDUÇÃO DO RISCO DE CÂNCER DE MAMA O QUE DIZ A PESQUISA?
De acordo com um estudo publicado na Revista Cancer Medicine, a amamentação tem efeitos protetores significativos contra o câncer de mama. Maíra Domingues, coordenadora de Assistência do Banco de Leite Humano do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), explicou à Agência Brasil que cada 12 meses de aleitamento materno pode reduzir o risco de câncer de mama em 4,3%. “E isso é cumulativo: a cada nascimento, esse risco reduz 7%”, destacou Domingues.
Esse efeito protetor é observado em mulheres de diversas partes do mundo, independentemente de fatores como renda, idade, grupo étnico e até mesmo o momento da menopausa. A amamentação exclusiva por seis meses e, posteriormente, por dois anos ou mais, como recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS), não apenas alimenta a criança, mas também oferece proteção significativa para a mãe.
A RECOMENDAÇÃO DO BANCO DE LEITE HUMANO
O Banco de Leite Humano do IFF/Fiocruz é firme em sua recomendação de amamentar por dois anos ou mais. De acordo com Maíra Domingues, essa prática vai além de fornecer nutrição para o bebê; trata-se também de proteger a saúde da mãe. “Amamentar traz benefícios que vão muito além da alimentação da criança, incluindo a redução do risco de câncer de mama”, afirma Domingues.
Além da redução do risco de câncer de mama, a amamentação tem diversos outros benefícios para a saúde materna e infantil. Para as mães, isso pode significar uma menor probabilidade de desenvolver câncer de ovário, diabetes e doenças cardiovasculares. Para os bebês, a amamentação oferece proteção contra infecções, melhora no desenvolvimento oral e redução de doenças futuras, como obesidade e diabetes.
ESTUDOS E DADOS SOBRE AMAMENTAÇÃO E CÂNCER DE MAMA O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS?
O mastologista Afonso Nazário, do Hospital do Coração, explica que a redução do risco de câncer de mama associada à amamentação é relativa e não absoluta. “Se o risco de câncer de mama em uma população é de 100 casos para cada 100 mil mulheres, uma redução de 4% significa que, em vez de 100 casos, haverá 96 para cada 100 mil mulheres”, esclarece Nazário.
Nazário também destaca que esse efeito protetor é mais significativo em mulheres mais jovens, especialmente aquelas abaixo dos 35 anos. “O epitélio mamário é mais suscetível ao câncer quando a mulher é jovem, então, tudo que reduz o risco nessa fase tem um impacto maior”, observa o especialista.
AMAMENTAÇÃO E GRAVIDEZ: QUAL É A RELAÇÃO?
Ao considerar o impacto da amamentação na redução do risco de câncer de mama, é importante também olhar para a idade da primeira gravidez. Mulheres que têm filhos antes dos 25 anos reduzem o risco de câncer de mama na pós-menopausa em 35% em comparação com aquelas que não tiveram filhos. No entanto, o benefício da amamentação em relação a formas mais agressivas de câncer de mama, como os tumores triplo-negativos, é notável. O risco pode diminuir em cerca de 20% quando a amamentação é realizada por um período prolongado.
A AMAMENTAÇÃO E A GENÉTICA: O QUE DIZEM OS ESTUDOS?
Para mulheres com mutações hereditárias, como as mutações BRCA1, a amamentação pode reduzir a manifestação do câncer de mama em até 50%. Mesmo para aquelas que possuem uma predisposição genética para a doença, amamentar pode representar uma forma de mitigação do risco. Estudos realizados por instituições como a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) indicam que a amamentação prolongada, como observada em populações indígenas, está associada a taxas muito baixas de câncer de mama.
TEORIAS SOBRE OS MECANISMOS DE PROTEÇÃO COMO A AMAMENTAÇÃO REDUZ O RISCO DE CÂNCER DE MAMA?
Existem duas teorias principais que explicam por que a amamentação pode reduzir o risco de câncer de mama. A primeira teoria sugere que durante a amamentação, o ovário da mulher entra em um estado de dormência, interrompendo a produção dos hormônios do ciclo menstrual. Esses hormônios são conhecidos por causar alterações nas células mamárias, o que pode facilitar o desenvolvimento de câncer. A ausência de menstruação durante a amamentação pode, portanto, reduzir o risco de câncer.
A segunda teoria propõe que as modificações nas células mamárias durante a amamentação podem torná-las mais estáveis e menos suscetíveis a agentes ambientais que causam câncer. Embora essa teoria seja menos aceita, ela oferece uma perspectiva adicional sobre como a amamentação pode influenciar a saúde mamária.
O QUE OS ESTUDOS INDICAM SOBRE A AMAMENTAÇÃO E A GRAVIDEZ?
A combinação de gravidez e amamentação é associada a uma redução significativa no risco de câncer de mama. Estudos têm mostrado que mulheres com múltiplas gestações e períodos prolongados de amamentação tendem a ter um risco menor de câncer de mama. No entanto, é importante considerar que esses estudos muitas vezes comparam populações com diferentes características e condições de vida, o que pode influenciar os resultados.
CONCLUSÃO: A IMPORTÂNCIA DA AMAMENTAÇÃO
A amamentação oferece uma gama de benefícios para a saúde da mãe e do bebê, com a redução do risco de câncer de mama sendo um deles. Embora o impacto da amamentação na prevenção do câncer de mama não seja absoluto, a evidência científica indica que amamentar por um período prolongado pode reduzir significativamente o risco de desenvolvimento da doença.
É crucial que as mulheres compreendam a importância da amamentação não apenas para a saúde de seus filhos, mas também para sua própria saúde. A amamentação, além de ser uma prática natural e benéfica, pode desempenhar um papel fundamental na prevenção de doenças graves como o câncer de mama.
RECOMENDAÇÕES FINAIS
Se você é mãe ou está planejando ter filhos, considere a amamentação não apenas como uma forma de nutrir seu bebê, mas também como uma estratégia de proteção para sua saúde a longo prazo. Converse com seu médico ou especialista em saúde para obter mais informações e orientações sobre a amamentação e como ela pode beneficiar você e seu filho.
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