Perigo: notícias falsas influenciam a escolha dos eleitores

Notícias falsas influenciam a escolha dos eleitores
Notícias falsas influenciam a escolha dos eleitores Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Nos últimos anos, a disseminação de notícias falsas, ou Fake News, tem sido uma preocupação crescente em vários países, e o Brasil não é exceção. A 16ª edição da pesquisa Observatório Febraban, conduzida pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), revelou insights preocupantes sobre como essas notícias influenciam o cenário eleitoral brasileiro. Com dados coletados entre os dias 4 e 10 de julho, envolvendo 3 mil pessoas de diversas regiões do país, a pesquisa aponta para um forte clamor por medidas rigorosas contra aqueles que se utilizam de desinformação em campanhas eleitorais. Neste artigo, exploraremos as descobertas da pesquisa, a opinião dos brasileiros sobre as punições para candidatos envolvidos com Fake News e o impacto dessas práticas nas eleições que se aproximam.

A RELEVÂNCIA DAS NOTÍCIAS FALSAS NA POLÍTICA

A pesquisa Observatório Febraban destaca um fato alarmante: 88% dos brasileiros apoiam a punição dos candidatos que utilizam ou se beneficiam de notícias falsas durante as eleições. Essa estatística não apenas reflete uma preocupação com a integridade do processo eleitoral, mas também mostra uma demanda crescente por medidas concretas para combater a desinformação.

Mas qual é a punição que a maioria dos brasileiros considera mais adequada? Segundo a pesquisa, a impugnação da candidatura é a medida preferida por 52% dos entrevistados. Outras punições sugeridas incluem multa em dinheiro (14%), suspensão da campanha eleitoral por um período (12%), suspensão completa da propaganda eleitoral (10%) e repreensão pública (3%). O que fica claro é que há um desejo robusto de ver penalidades severas aplicadas àqueles que manipulam a opinião pública através de notícias falsas.

O IMPACTO DAS NOTÍCIAS FALSAS NO VOTO

A pesquisa revelou que 73% da população deseja punições severas para quem usa Fake News como uma ferramenta de manipulação. Esse dado é crucial, especialmente considerando que mais da metade da população já foi exposta a notícias falsas. No entanto, o impacto das Fake News vai além da simples exposição; 30% dos entrevistados relataram sentir-se prejudicados por tais notícias, e 25% já foram envolvidos em conflitos ou bloqueios em grupos de WhatsApp devido a discussões sobre candidatos.

É importante notar que 59% dos entrevistados que vivenciaram bloqueios em grupos de WhatsApp por discussões políticas acreditam que esses conflitos se repetirão nas próximas eleições. Isso sugere um ciclo contínuo de desinformação e polarização, o que pode ter consequências graves para a democracia.

A INFLUÊNCIA DAS CAMPANHAS E DEBATES NA DECISÃO DE VOTO

À medida que as campanhas eleitorais se aproximam, o desempenho dos candidatos nas campanhas e debates se torna um fator relevante na escolha dos eleitores. Segundo a pesquisa, 17% dos eleitores consideram o desempenho nas campanhas e debates como determinante na sua decisão de voto. No entanto, a maior parte dos eleitores (43%) dá prioridade às propostas apresentadas pelos candidatos. Experiência administrativa também desempenha um papel importante, influenciando 29% dos entrevistados.

É interessante observar que 29% dos eleitores tomam sua decisão na reta final da campanha, após o último debate, e 9% apenas no dia da eleição. Esse padrão revela a importância dos momentos finais da campanha e a influência que os debates podem ter na formação da opinião pública.

FONTES DE INFORMAÇÃO E SEUS IMPACTOS

Quando se trata de se informar sobre as eleições, a televisão e as redes sociais continuam a ser as principais fontes de informação. A pesquisa revelou que 37% dos brasileiros confiam na televisão e 30% nas redes sociais para obter informações eleitorais. Outras fontes, como conversas com amigos e familiares e portais de notícias, têm uma presença menor, mas ainda relevante. É crucial notar que os meios digitais dominam a cena, com uma combinação de 43% de fontes digitais em comparação a 4% para o rádio, 3% para o WhatsApp e 2% para o jornal impresso.

A escolha das fontes de informação pode impactar a forma como os eleitores percebem as campanhas e os candidatos. É fundamental que os cidadãos estejam cientes das suas fontes de informação e procurem verificar a veracidade das notícias antes de formar suas opiniões.

A IMPORTÂNCIA DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS

A pesquisa também trouxe à tona o valor que os brasileiros atribuem às eleições municipais. Uma esmagadora maioria, 68%, expressou um grande interesse pelas eleições para prefeito e vereador. A importância da escolha do prefeito é reconhecida por 93% da população, e 79% consideram a eleição dos vereadores igualmente significativa.

Entre as eleições majoritárias, para presidente, 39% dos brasileiros consideram-nas mais importantes. A escolha de prefeitos e governadores segue em importância, com 20% e 7%, respectivamente. Essa classificação sugere que, embora as eleições presidenciais tenham um destaque natural, as eleições municipais desempenham um papel vital na vida cotidiana dos cidadãos.

A INTERSECÇÃO ENTRE RELIGIÃO E VOTO

Outro dado interessante da pesquisa é a relação entre religião e escolha de candidatos. Para 36% dos entrevistados, a religião é um fator importante na decisão de voto. Entre os evangélicos e protestantes, 43% consideram a religião do candidato como relevante, enquanto para os católicos, esse número é de 31%. Além disso, 28% dos evangélicos preferem votar em candidatos da mesma religião, em contraste com 16% entre os católicos.

Esse aspecto revela como as crenças religiosas podem influenciar as decisões eleitorais e como as campanhas podem precisar considerar esses fatores ao se direcionarem aos eleitores.

PRIORIDADES PARA OS FUTUROS PREFEITOS

A pesquisa também abordou as prioridades que os eleitores esperam dos futuros prefeitos. Para 55% dos entrevistados, a saúde pública deve ser a principal prioridade. Outras áreas de preocupação incluem emprego, renda e educação (10%) e segurança pública (9%). O trânsito, o transporte público e o combate à corrupção são vistos como prioridades menores.

Essas prioridades oferecem uma visão sobre o que os eleitores esperam dos candidatos e podem ajudar a orientar as campanhas para abordar questões que realmente importam para a população.

A PESQUISA

A pesquisa Observatório Febraban fornece um retrato detalhado das preocupações e expectativas dos brasileiros em relação às eleições e ao impacto das notícias falsas. À medida que o período eleitoral se aproxima, é essencial que tanto eleitores quanto candidatos estejam cientes da influência das Fake News e da importância de uma campanha ética e transparente.

Para mais informações sobre como identificar e combater notícias falsas, você pode acessar a cartilha recém-lançada aqui.


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