O que você precisa saber sobre os novos casos de mpox no Brasil

Casos de mpox no Brasil levam a reunião de emergência para revisão de medidas
Foto: Freepik

Os casos de mpox no Brasil têm atraído uma atenção crescente, levando o Ministério da Saúde a convocar uma reunião de emergência. O que está por trás dessa preocupação? Vamos entender juntos a gravidade da situação, as medidas adotadas, e o que tudo isso significa para a população brasileira.

O QUE É MPOX E COMO IMPACTA A POPULAÇÃO?

Você já ouviu falar da mpox? Conhecida anteriormente como monkeypox, essa é uma doença viral zoonótica, ou seja, transmitida de animais para humanos. A contaminação pode ocorrer por meio do contato direto com animais silvestres infectados, pessoas contaminadas ou até materiais que carregam o vírus. Os sintomas incluem febre, dores no corpo, ínguas (linfonodos inchados) e erupções cutâneas que podem se espalhar pelo corpo, principalmente no rosto, mãos e pés.

E por que essa doença merece tanta atenção? Porque sua gravidade varia conforme o acesso ao tratamento adequado. De acordo com a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras, a mpox necessita de cuidados de suporte para aliviar os sintomas e prevenir complicações. Felizmente, na maioria dos casos tratados, os pacientes se recuperam em cerca de um mês. No entanto, em regiões com acesso limitado ao tratamento, como na República Democrática do Congo, a taxa de mortalidade é consideravelmente alta.

AS MEDIDAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA COMBATER A MPOX

Diante do aumento dos novos casos de mpox no Brasil e da circulação de uma nova variante na África, o Ministério da Saúde decidiu agir rapidamente. Uma reunião de emergência foi realizada para atualizar o plano de contingência e as recomendações para enfrentar a doença. Mas, o que essa reunião realmente significa para nós?

Primeiramente, demonstra que o governo brasileiro está atento ao cenário internacional e comprometido em proteger a população. Em segundo lugar, evidencia uma preocupação com a nova variante do vírus, que pode representar desafios adicionais para o controle da mpox.

O BRASIL ESTÁ EM RISCO DE UM NOVO SURTO?

De acordo com os dados do Ministério da Saúde, entre 2022 e 2024, o Brasil registrou quase 12 mil casos confirmados de mpox e 366 casos prováveis, além de 66 casos suspeitos e 46.354 casos descartados. Esses números mostram um perfil epidemiológico detalhado: 91,3% dos casos foram registrados em homens, com 70% desses homens na faixa etária de 19 a 39 anos. A idade mediana para os diagnosticados é de 32 anos.

Interessante notar que, das infecções confirmadas, 45,9% dos pacientes declararam viver com HIV. Entre os homens diagnosticados com mpox, a porcentagem é de 99,3%. A mediana de idade desses pacientes vivendo com HIV é de 34 anos. O Brasil também registrou 23 gestantes infectadas com a doença em diferentes momentos da gravidez.

HOSPITALIZAÇÕES E ÓBITOS

A taxa de hospitalização por mpox no Brasil é relativamente baixa. Apenas 3,1% dos pacientes foram hospitalizados devido a necessidades clínicas ou agravamento do quadro clínico, e 0,6% foram hospitalizados para isolamento. Além disso, 1,6% dos casos foram hospitalizados por motivos desconhecidos. O número de internações em unidades de terapia intensiva (UTIs) é de 45.

Em relação aos óbitos, a taxa de letalidade é de 0,14%, com 16 óbitos registrados entre 2022 e agosto de 2024. A mediana de idade dos óbitos é de 31 anos, com 93,8% dos falecidos sendo imunossuprimidos vivendo com HIV. Esse dado destaca a importância de monitorar a doença principalmente entre as populações mais vulneráveis.

A VACINAÇÃO COMO FERRAMENTA DE CONTROLE

A vacinação tem sido uma das principais armas no combate à mpox. Em 2023, a vacinação emergencial foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em resposta ao estado de emergência de saúde pública internacional. Mas será que novas campanhas de vacinação serão necessárias?

O Ministério da Saúde afirmou que, se novas evidências científicas indicarem a necessidade de ajustes no plano de vacinação, as medidas serão prontamente adotadas. Isso significa que, apesar de o risco ser considerado baixo no momento, o governo está preparado para agir rapidamente se a situação se agravar.

A OMS, por sua vez, está incentivando os fabricantes de vacinas a apresentarem dados de segurança e eficácia para que, em caso de emergência, as doses possam ser distribuídas rapidamente, especialmente para países de baixa renda.

A RESPOSTA INTERNACIONAL DA OMS

A preocupação com a mpox não é exclusividade do Brasil. Recentemente, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, convocou um comitê de emergência para avaliar a situação na África e o risco de disseminação internacional. A situação na República Democrática do Congo, onde os casos de mpox estão em ascensão há mais de dois anos, é especialmente alarmante.

Com a mutação do vírus e o aumento da transmissão de pessoa para pessoa, o risco de uma propagação global aumenta. A OMS está trabalhando para garantir que as vacinas estejam disponíveis para os países que mais precisam, facilitando a compra e distribuição por organizações como a Aliança para Vacinas (Gavi) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O QUE ESPERAR PARA O FUTURO?

Mesmo que a OMS tenha declarado, em maio de 2023, que a mpox não é mais uma emergência de saúde pública de importância internacional, isso não significa que o perigo passou. A doença continua exigindo uma resposta robusta e vigilância constante.

Países como o Brasil devem manter a capacidade de teste, continuar monitorando casos e agir prontamente quando necessário. Isso é particularmente importante para populações vulneráveis, como pessoas vivendo com HIV não tratado, que estão em maior risco.

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A PREVENÇÃO DA MPOX

A situação da mpox no Brasil e no mundo exige atenção e cuidado. Embora o risco atual seja baixo, a doença já causou mortes e permanece uma ameaça. O Ministério da Saúde está tomando medidas para garantir que o país esteja preparado, e a vacinação continua sendo uma ferramenta crucial na prevenção de novos surtos.

Lembre-se, a prevenção começa com a conscientização. Se você notar sintomas como erupções cutâneas, febre ou linfonodos inchados, procure imediatamente atendimento médico. E, acima de tudo, siga as recomendações das autoridades de saúde para se proteger e proteger os outros.


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Fonte
Agência Brasil
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