O turismo no Brasil está passando por uma transformação significativa, e Belém, no Pará, está se tornando um epicentro dessa mudança. Com a crescente conscientização sobre a importância da sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas, diferentes setores do turismo estão se unindo para criar roteiros inovadores e responsáveis. Este artigo explora como o setor de turismo paraense está alinhando suas práticas com a agenda climática, oferecendo experiências imersivas na floresta amazônica, promovendo a gastronomia regional e valorizando sistemas produtivos sustentáveis.
Conteúdos
- A INICIATIVA DE PARYS FONSECA: HOSPEDAGEM SUSTENTÁVEL NA FLORESTA AMAZÔNICA
- EXPERIÊNCIAS GASTRONÔMICAS E CADENAS PRODUTIVAS SUSTENTÁVEIS
- A COP30 E A AGENDA CLIMÁTICA EM BELÉM
- O PLANO NACIONAL DE TURISMO: RUMO A UM TURISMO SUSTENTÁVEL
- DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO TURISMO SUSTENTÁVEL
- UM FUTURO PROMISSOR PARA O TURISMO NO BRASIL
A INICIATIVA DE PARYS FONSECA: HOSPEDAGEM SUSTENTÁVEL NA FLORESTA AMAZÔNICA
Imagine passar a noite em um módulo reciclável no coração da floresta amazônica. Esse é o conceito revolucionário trazido por Parys Fonseca, um empreendedor do setor de hospedagem que encontrou uma forma de unir o turismo sustentável com a experiência imersiva. Localizado na Ilha do Murucutu, uma das 42 ilhas que compõem Belém, o empreendimento de Parys oferece aos visitantes não apenas uma estadia ecológica, mas também a chance de se conectar profundamente com a natureza e a cultura local.
O segredo por trás do sucesso desse projeto é a estrutura modular reciclável, desenvolvida com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do Pará. Segundo Fonseca, “O processo de instalação foi muito rápido, em duas semanas eu já estava alugando para hospedagem. E eu achei ele mais interessante, porque a obra foi mais simples, o módulo se adequa ao ambiente e também é termoacústico”. Essa inovação não só reduz o impacto ambiental, como também oferece uma experiência de hospedagem confortável e sustentável.
EXPERIÊNCIAS GASTRONÔMICAS E CADENAS PRODUTIVAS SUSTENTÁVEIS
Mas a experiência em Belém não para na hospedagem. O empreendimento de Parys também se destaca pela oferta de experiências gastronômicas com produtos regionais, cultivados de maneira sustentável. Imagine degustar pratos elaborados com ingredientes frescos da região, como o palmito do açaí, que será integrado a uma nova rota turística para os visitantes. Essa abordagem não apenas enriquece a experiência do turista, mas também fortalece a cadeia produtiva local, promovendo práticas de cultivo responsáveis e sustentáveis.
O Sebrae tem desempenhado um papel crucial no apoio a esse tipo de iniciativa. Fonseca destaca que, “O Sebrae tá me dando esse apoio de treinamento, gestão e tem sido fundamental para os moradores, os ribeirinhos e os empreendedores da região”. A organização está ajudando a criar rotas turísticas que destacam as cadeias produtivas sustentáveis, como já é o caso da rota do cacau na Ilha do Combu.
A COP30 E A AGENDA CLIMÁTICA EM BELÉM
A escolha de Belém como sede para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) em 2025 trouxe uma nova perspectiva para o turismo na região. De acordo com Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae no Pará, “O evento destacou a importância da Amazônia e incentivou discussões sobre práticas sustentáveis e adaptação às mudanças climáticas”. Essa conscientização resultou em um aumento na integração de práticas sustentáveis nas atividades turísticas, refletindo a necessidade global de alinhar o turismo com metas climáticas.
O alinhamento entre as práticas turísticas e as agendas climáticas foi um desafio identificado em um diagnóstico elaborado pela Câmara Temática de Sustentabilidade e Ações Climáticas do Conselho Nacional de Turismo (CNT). Esse diagnóstico contribuiu para a construção do Plano de Adaptação Climática para o Turismo, que visa promover um turismo mais responsável e sustentável, alinhado com as metas climáticas globais.
O PLANO NACIONAL DE TURISMO: RUMO A UM TURISMO SUSTENTÁVEL
O Plano Nacional de Turismo para o quadriênio 2024-2027, publicado recentemente, estabelece diretrizes claras para transformar o Brasil em um dos principais destinos turísticos da América do Sul. O plano enfatiza a cooperação, a inclusão produtiva, a regionalização, a transformação digital e, acima de tudo, a sustentabilidade. Segundo o Ministério do Turismo, esses princípios estarão presentes em todos os 20 programas previstos no plano, que foram apresentados durante a 8ª edição do Salão do Turismo: Conheça o Brasil, no Rio de Janeiro.
O objetivo é aumentar o número de municípios turísticos no Brasil de 312 para 400 e também incrementar a quantidade de empregos no setor. Além disso, a meta é elevar o número de viagens realizadas pelos brasileiros e pelo turismo de estrangeiros, aumentando a receita gerada pelos visitantes internacionais de US$ 6,6 bilhões para US$ 8,1 bilhões por ano.
DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO TURISMO SUSTENTÁVEL
Apesar das oportunidades oferecidas pelo turismo sustentável, como a atração de investimentos e o aumento da competitividade, há desafios significativos a serem superados. A articulação entre diferentes atores do turismo e a implementação de uma agenda climática clara são aspectos críticos identificados no diagnóstico da CNT. No entanto, o turismo sustentável também oferece a possibilidade de parcerias valiosas e de agregar valor aos destinos, criando um modelo de turismo mais responsável e alinhado com as necessidades climáticas globais.
UM FUTURO PROMISSOR PARA O TURISMO NO BRASIL
O turismo no Brasil está evoluindo para se tornar mais sustentável e responsável, com iniciativas como a de Parys Fonseca em Belém demonstrando o potencial das práticas ecológicas e da valorização das cadeias produtivas locais. A integração das agendas climáticas no setor turístico está criando novas oportunidades e desafios, refletindo um compromisso crescente com a sustentabilidade.
O futuro do turismo no Brasil parece promissor, com o país se preparando para assumir um papel de liderança na promoção de um turismo sustentável e responsável. À medida que avançamos, será essencial continuar a adotar práticas que alinhem o turismo com as metas climáticas e promovam o desenvolvimento econômico e social de forma sustentável.
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