O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista realizada na manhã de quinta-feira (30), fez um apelo enfático para que os países ricos honrem suas promessas ambientais, particularmente no que tange à compensação financeira por conservar florestas, como forma de mitigar os impactos das mudanças climáticas. Lula, que já demonstrou ceticismo quanto à eficácia desses compromissos, voltou a cobrar ação concreta e seriedade dos países envolvidos.
Conteúdos
- O QUE FOI PROMETIDO PELOS PAÍSES RICOS?
- O PAPEL IMPORTANTE DAS POPULAÇÕES LOCAIS NA AMAZÔNIA
- A FALTA DE COMPROMISSO DOS PAÍSES RICOS
- O QUE ESPERAR DA COP30 EM BELÉM?
- O CENÁRIO ECONÔMICO E AMBIENTAL DO BRASIL
- A NECESSIDADE DE UM GOVERNO GLOBAL AMBIENTALMENTE RESPONSÁVEL
- O QUE A COP30 PODE MUDAR PARA O FUTURO AMBIENTAL DO PLANETA
O QUE FOI PROMETIDO PELOS PAÍSES RICOS?
Nos últimos anos, os países desenvolvidos assumiram compromissos internacionais para financiar a preservação ambiental em países em desenvolvimento. Esse dinheiro seria destinado, por exemplo, à preservação de florestas como a Amazônia, que desempenha um papel crucial no equilíbrio climático global. A promessa, de US$ 100 bilhões por ano, foi estabelecida no Acordo de Paris, mas, segundo o presidente Lula, até o momento, os recursos prometidos não chegaram.
Lula, em suas declarações, foi claro: “Temos de fazer uma luta muito grande na questão do clima. Se a gente não fizer uma coisa forte, essas COPs [conferências sobre mudanças climáticas] vão ficar desmoralizadas, porque medidas são aprovadas; fica tudo muito bonito no papel, mas depois nenhum país cumpre”. As promessas não cumpridas, segundo ele, são um exemplo claro de que a falta de ação real coloca em risco o futuro do planeta.
O PAPEL IMPORTANTE DAS POPULAÇÕES LOCAIS NA AMAZÔNIA
Lula também destacou o papel crucial das populações locais, especialmente nas áreas da Amazônia, no processo de preservação ambiental. Ele lembrou que a manutenção da floresta depende, em grande parte, dos povos indígenas, ribeirinhos e pequenos trabalhadores rurais, que vivem e dependem diretamente da floresta. “Eles têm de saber, quando a gente fala que vai chegar o desmatamento zero em 2030, que debaixo da copa de cada árvore tem um indígena; um ribeirinho; um pequeno trabalhador rural”, afirmou.
Para Lula, a preservação da Amazônia não pode ser vista apenas como um esforço ambiental, mas também como uma questão de direitos humanos. “Essas pessoas precisam ter acesso aos recursos necessários para viver com dignidade, com acesso à educação, saúde e outros bens materiais, como qualquer outro ser humano”, disse o presidente. Ele enfatizou que é essencial garantir que esses recursos cheguem diretamente às mãos dessas populações, para que elas possam continuar desempenhando seu papel essencial na conservação da floresta.
A FALTA DE COMPROMISSO DOS PAÍSES RICOS
Lula apontou que a falta de ação dos países ricos não é uma novidade. Ele lembrou a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, sob a presidência de Donald Trump, e a não implementação das metas do Acordo de Kyoto. O presidente brasileiro também fez uma análise crítica sobre a realidade das promessas financeiras: “Os países se comprometeram a dar US$ 100 bilhões por ano para os países em desenvolvimento, e até hoje não deram. Agora, a necessidade é de US$ 1,3 trilhão. Tenho certeza de que eles não vão dar. Os ambientalistas então baixaram para US$ 300 bilhões. E também não vão dar.”
Esses exemplos de descumprimento, segundo Lula, tornam as conferências e compromissos internacionais pouco eficazes e arriscam transformar o debate sobre mudanças climáticas em uma mera formalidade, sem ações concretas que possam realmente mudar a realidade dos países em desenvolvimento.
O QUE ESPERAR DA COP30 EM BELÉM?
Lula tem expectativas altas para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém, no Brasil, em novembro deste ano. Ele acredita que a COP30 será um momento decisivo para estabelecer um novo rumo nas negociações climáticas globais. “Se nós queremos discutir a questão do clima com seriedade; se nós queremos fazer com que haja uma transição energética de verdade; se nós queremos mudar o nosso planeta para a gente poder sobreviver nele, ou nós vamos brincar de falar sobre a questão do clima”, declarou.
A COP30 será uma oportunidade para reforçar o compromisso com a preservação do meio ambiente e cobrar resultados concretos dos países ricos, que até agora não cumpriram as promessas de financiamento. A expectativa é de que, durante a conferência, haja uma reavaliação dos compromissos assumidos e um foco maior em soluções práticas e reais, que envolvam também os países em desenvolvimento, como o Brasil.
O CENÁRIO ECONÔMICO E AMBIENTAL DO BRASIL
No Brasil, a preservação ambiental não pode ser vista como uma questão isolada. O presidente Lula reconheceu que é necessário um esforço conjunto para criar políticas públicas que garantam o bem-estar das populações locais, ao mesmo tempo em que se preserva a Amazônia e outras florestas do país. A implementação de medidas que garantam direitos e recursos para essas populações, ao lado de uma política ambiental rigorosa, é vista como a chave para um futuro sustentável.
Lula reforçou que, para que haja real mudança, é preciso um compromisso sério de todos os envolvidos – não apenas dos países ricos, mas também dos próprios governos dos países em desenvolvimento, como o Brasil, que deve implementar políticas públicas que incentivem a preservação ambiental, ao mesmo tempo em que promovem a melhoria das condições de vida das populações locais.
A NECESSIDADE DE UM GOVERNO GLOBAL AMBIENTALMENTE RESPONSÁVEL
O presidente Lula também ressaltou a importância de uma discussão mais profunda sobre o financiamento climático global. Com as dificuldades em conseguir o valor necessário para enfrentar os desafios ambientais, a situação exige uma abordagem mais séria e urgente. “É preciso que a gente faça uma discussão séria”, disse Lula, apontando para a falta de comprometimento dos países ricos.
A COP30 será, portanto, uma chance crucial para que a comunidade internacional se reuna e defina estratégias que realmente enfrentem as mudanças climáticas, sem promessas vazias. O Brasil, com sua vasta biodiversidade e enorme responsabilidade na preservação ambiental, será um dos países chave nas discussões.
O QUE A COP30 PODE MUDAR PARA O FUTURO AMBIENTAL DO PLANETA
O apelo de Lula é claro: os países ricos precisam se comprometer de forma séria com a preservação ambiental, cumprindo os acordos financeiros e garantindo que os recursos cheguem diretamente às comunidades que fazem a diferença na luta contra o desmatamento. A COP30, em Belém, pode ser o palco para uma mudança real nas políticas climáticas globais, mas isso só acontecerá se os compromissos forem cumpridos e se os países ricos mostrarem um verdadeiro interesse em resolver a crise ambiental que afeta todos nós.
A pergunta é: até quando os países ricos continuarão a fazer promessas vazias? A resposta a essa pergunta pode definir o futuro do nosso planeta.
Fonte: Agência Brasil
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