Agronegócio cresce no país e tecnologia tem papel crucial na expansão do setor

O agronegócio brasileiro continua a crescer de forma expressiva, consolidando-se como um dos pilares da economia nacional. De acordo com estudos realizados pelo CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – ESALQ/USP), o setor representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e desempenha um papel essencial na segurança alimentar global. De acordo com estudos de mercado realizados pelo BTG Pactual em 2024, o Brasil já produz alimento para 11% da população mundial e estima-se que, nas próximas décadas, será responsável por um terço dos alimentos consumidos no mundo, reafirmando sua posição de destaque no cenário internacional.

Para acompanhar esse crescimento e garantir maior eficiência e sustentabilidade, o uso da tecnologia tem se tornado um fator indispensável na cadeia produtiva do agronegócio. O professor Francisco Massaro, coordenador do MBA em Agrotech do Centro Universitário FIAP, explica que a tecnologia está presente em todas as etapas do setor, desde a produção nas fazendas até a distribuição dos produtos ao consumidor final.

Segundo Massaro, a cadeia produtiva do agronegócio pode ser dividida em três partes: “A tecnologia da porteira para dentro, que otimiza a gestão da safra e a eficiência na produção; a tecnologia antes da porteira, envolvendo insumos, fornecedores e pesquisa e desenvolvimento, e a tecnologia da porteira para fora, que facilita a distribuição, o processamento e a conexão com os clientes”.

A integração tecnológica nesses três segmentos tem proporcionado inovações como o uso de drones para monitoramento de lavouras, sensores inteligentes para automação de maquinários e big data e inteligência artificial (IA) para previsão de safras. Startups do setor e outras especializadas em Green Tech e energias limpas têm desempenhado um papel essencial na implementação de soluções inovadoras.

Inclusão dos pequenos produtores

Um desafio para a expansão tecnológica no agronegócio é garantir que pequenos produtores também tenham acesso a essas inovações. “A solução está em iniciativas como as cooperativas digitais, que permitem a união de pequenos produtores para viabilizar investimentos em infraestrutura, como conectividade de qualidade, e a adoção de novas tecnologias”, afirma Massaro.

O professor destaca ainda que, com apoio das startups e a formação de redes colaborativas, os pequenos produtores podem se beneficiar do uso de ferramentas como sensores para otimização do solo, plataformas digitais para gestão de produção e sistemas de automação para redução de desperdícios e aumento da produtividade.

Formação e capacitação no agro

Para garantir que a tecnologia seja incorporada de maneira eficaz ao agronegócio, é fundamental a formação de profissionais capacitados. Um dos caminhos é a especialização em tecnologia agro para preparar líderes e empreendedores para os desafios do setor. O MBA em Agrotech sob coordenação do professor Massaro, por exemplo, é estruturado em cinco módulos principais, abordando gestão estratégica do agronegócio, tecnologia aplicada, liderança e transformação digital, inovação e sustentabilidade. Os alunos são incentivados a desenvolver startups como projeto final, promovendo soluções tecnológicas para o setor agroindustrial.

Perspectivas para o futuro

De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o agronegócio brasileiro tem um potencial de crescimento significativo nos próximos anos, com uma taxa projetada de 5% para 2025. Para garantir que este crescimento seja sustentável e eficiente, a adoção de novas tecnologias e a capacitação de profissionais são essenciais.

Massaro reforça que “combinando inovação, ciência e educação profissional, o Brasil continuará sendo um gigante global no setor agroindustrial, garantindo não apenas o suprimento de alimentos, mas também a sustentabilidade e o desenvolvimento tecnológico do país”.

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