A Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes tem uma nova liderança. Na última segunda-feira (3), Ana Cândida Martinelli Neves, conhecida como Nana Martinelli, assumiu a presidência da instituição, trazendo consigo a promessa de ampliar o acesso às políticas culturais e fortalecer a identidade artística da capital catarinense.
Com uma trajetória consolidada no setor, incluindo passagem pela Fundação Catarinense de Cultura, Nana chega ao cargo com um discurso de aproximação da comunidade e fortalecimento das iniciativas culturais já existentes. Mas será que, na prática, essa nova gestão conseguirá atender às demandas da classe artística, que há tempos cobra mais apoio e estrutura?
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NANA MARTINELLI NA FUNDAÇÃO FRANKLIN CASCAES
Em sua primeira fala como presidente da Fundação Franklin Cascaes, Nana destacou a importância do cargo e o impacto que pretende gerar.
“Assumir a Fundação Franklin Cascaes é uma grande responsabilidade e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de consolidar a cultura como um pilar essencial da nossa cidade. Queremos fortalecer os projetos existentes e criar novos caminhos para que artistas e produtores tenham mais espaço e apoio”, afirmou a nova presidente.
A declaração reforça a intenção de sua gestão em consolidar Florianópolis como um polo cultural ativo, onde tradição e inovação se complementam. Mas como isso será feito na prática?
PROJETOS CULTURAIS EM ANDAMENTO
Entre as ações que seguirão como foco da nova presidência, estão programas que já fazem parte do cenário cultural da cidade, como:
- Lei Municipal de Incentivo à Cultura (Lei 3659/91) – fundamental para o fomento de produções locais.
- Vitrine de Projetos da Lei 3659/91 – espaço para divulgar e buscar apoio para iniciativas artísticas.
- Conselho Municipal de Política Cultural – órgão responsável por deliberar sobre as diretrizes culturais do município.
- Fundo Municipal de Cultura – mecanismo essencial para o financiamento de projetos.
- Lei Paulo Gustavo – um dos mais recentes marcos de incentivo cultural, voltado especialmente ao setor audiovisual.
- Observatório de Política Cultural de Florianópolis – instrumento de análise e planejamento das políticas culturais.
- Manutenção dos espaços culturais da cidade – ação essencial para preservar os locais onde a arte acontece.
A continuidade desses programas indica que a nova gestão aposta na manutenção e fortalecimento de políticas já estabelecidas. Mas será suficiente para atender às demandas da classe artística?
TRANSPARÊNCIA E PARTICIPAÇÃO POPULAR NA GESTÃO CULTURAL
Outro ponto destacado por Nana Martinelli foi o compromisso com a participação ativa da sociedade na construção das políticas culturais. Segundo ela, o diálogo com artistas, produtores e a comunidade será um dos pilares de sua administração.
“Nosso compromisso é garantir que Florianópolis continue sendo um polo cultural vibrante, onde a tradição e a inovação caminham juntas para fortalecer a nossa identidade”, enfatizou.
A promessa de transparência e escuta ativa agrada, mas há desafios a serem enfrentados. A classe artística tem manifestado insatisfação com a falta de incentivos, a burocracia no acesso a recursos e a necessidade de melhorias na estrutura de espaços culturais.
UMA NOVA ERA OU MAIS DO MESMO?
A chegada de uma nova liderança sempre gera expectativas, especialmente em um setor que depende de políticas públicas bem estruturadas para sobreviver e prosperar. A gestão de Nana Martinelli tem a missão de não apenas manter projetos existentes, mas de aperfeiçoá-los e garantir que o acesso à cultura seja ampliado de forma justa e eficiente.
A grande questão que fica é: Florianópolis verá, de fato, uma transformação na gestão cultural, ou as mesmas dificuldades persistirão? A classe artística continuará cobrando, e os próximos meses serão decisivos para avaliar se essa mudança trará resultados concretos ou apenas mais promessas.