Artigo de Kita Xavier – Eng. Civil e Seg. Trab. Presidente do Crea-SC, Membro benemérito do Engenheiros sem Fronteiras – núcleo Florianópolis. e-mail: kita@crea-sc.org.br
Passada a fase mais crítica da maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul, que envolveu resgates, acolhimento a quem perdeu familiares, amigos e bens materiais nas inundações, além de atendimento médico e psicológico inicial aos afetados pelo desastre, é chegada a hora de planejar e executar a reconstrução do Estado.
E como presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (CREA-SC), destaco a urgência em focar nos esforços necessários e convoco os profissionais da engenharia, agronomia e geociências, bem como toda a sociedade civil, a se unirem no enfrentamento aos impactos desse evento climático sem precedentes.
A amplitude das chuvas intensas já afetou 478 dos 497 municípios gaúchos. A Defesa Civil local destaca que centenas de milhares de residências estão sem acesso à água tratada e energia elétrica devido à calamidade.
Nesse contexto, é essencial destacar o papel fundamental desempenhado por esses profissionais. Por meio de suas expertises, eles asseguram que as futuras estruturas sejam não apenas seguras e sustentáveis, mas também capazes de resistir a futuras ocorrências climáticas, contribuindo assim para a proteção das comunidades atingidas.
Engenheiros de diversas modalidades, com suas habilidades em projetar e construir infraestruturas robustas, são essenciais na restauração de pontes, estradas, sistemas de drenagem e edifícios. Eles avaliam danos estruturais e propõem soluções eficazes, garantindo a segurança da população atingida.
Agrônomos, por sua vez, são cruciais na recuperação das áreas agrícolas davastadas. Eles orientam sobre práticas de manejo do solo, seleção de culturas resistentes e medidas de conservação, ajudando o agronegócio a se reerguer.
Geocientistas, como os geólogos, têm um papel essencial na avaliação de riscos de deslizamentos de terra e erosão, e identificam áreas seguras para reconstrução. Sua compreensão das características geológicas da região é vital para mitigar novos danos.
Reconstruir não é apenas uma questão técnica. É também um ato de solidariedade e de cooperação. Nesse momento de crise, é fundamental que os profissionais do Sistema Confea/Crea se unam em um esforço colaborativo, trabalhando estreitamente com autoridades locais, ONGs e a comunidade para garantir um processo eficaz e mais rápido de reconstrução.
Portanto, conclamo estes profissionais a se voluntariarem e doarem seus conhecimentos em prol do Rio Grande do Sul. Juntos, podemos superar os desafios e criar um futuro mais seguro para nós e as futuras gerações, servindo de exemplo para o país e garantindo que tragédias como esta sejam evitadas no futuro. Com a colaboração de todos, podemos transformar adversidade em resiliência e esperança.
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