Mulheres ocupam 31% das posições de liderança nas startups brasileiras

Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado uma transformação no ecossistema de startups, e uma das mudanças mais notáveis é o crescente protagonismo das mulheres no setor. O Sebrae Startups, plataforma que já conecta mais de 18 mil startups em 1.413 cidades, tem sido uma peça-chave nesse processo. E o mais impressionante? De acordo com dados recentes do Sebrae, 31% dessas iniciativas inovadoras têm uma mulher como fundadora, um salto expressivo em relação aos 8,65% registrados em 2023.

Mas o que está impulsionando esse fenômeno? Como as mulheres estão conquistando cada vez mais espaço em um ambiente historicamente dominado por homens? O apoio de programas como o Sebrae Startups, políticas públicas e uma crescente rede de apoio feminino têm sido essenciais para esse movimento.

POLÍTICAS PÚBLICAS E PROGRAMAS DE APOIO: O IMPULSO PARA O EMPREENDEDORISMO FEMININO

Diversos programas têm sido criados com o objetivo de apoiar e incentivar o empreendedorismo feminino, desde capacitações e mentorias até o acesso a crédito para pequenos negócios e startups. O Sebrae, ciente do potencial transformador das mulheres no ecossistema de inovação, oferece ferramentas que ajudam as empreendedoras a se posicionarem no mercado e expandirem suas ideias.

Segundo Cristina Mieko, head de startups do Sebrae, “com iniciativas que chegam a todas as regiões do Brasil, incentivamos e apoiamos founders mulheres para que suas startups cresçam, se destaquem e impactem positivamente a economia”. Isso se traduz em um impacto direto na sociedade e na economia, abrindo portas para mais mulheres no empreendedorismo de inovação.

A LUTA CONTRA O PRECONCEITO NO MUNDO DOS NEGÓCIOS

No entanto, o caminho para o sucesso não é isento de desafios. O preconceito, muitas vezes velado, ainda é uma realidade enfrentada por muitas mulheres fundadoras de startups. A Carefy, uma healthtech fundada por Erika Monteiro, é um exemplo claro dessa luta. A startup utiliza inteligência artificial para otimizar auditorias médicas, reduzindo fraudes e desperdícios no setor de saúde, atendendo grandes nomes como Porto Seguro Saúde e Hapvida.

Apesar do impacto positivo da sua empresa, Erika enfrentou dificuldades no início da jornada devido ao fato de ser uma mulher jovem no comando. Ela conta: “O preconceito no mercado muitas vezes não é explícito, mas se manifesta nos detalhes. Como uma jovem mulher, já enfrentei situações desconfortáveis, especialmente em ambientes onde minha liderança não é esperada.”

Felizmente, Erika encontrou forças para superar essas barreiras, contando com o apoio de mentoras e com a prática constante de se afirmar no ambiente de negócios.

DESAFIOS EXPLÍCITOS: A LUTA NO SETOR AGRO

Juliane Blainski, fundadora da Maneje Bem, uma startup no setor agro, passou por experiências ainda mais explícitas de discriminação. “O setor do agro ainda é predominantemente masculino, e isso se reflete em diversas situações, desde reuniões onde minha experiência era questionada até dificuldades para acesso a investimentos. Já participei de conversas onde só acreditaram na minha empresa depois que um homem do time repetiu o que eu havia dito antes”, lembra Juliane.

No entanto, essas dificuldades não impediram Juliane de crescer e sua startup, Maneje Bem, foi reconhecida por seu impacto e inovação, estando entre as 100 Startups to Watch em 2022 e 2024, além de figurar no Top 10 Agritech do 100 Open Startups por quatro anos consecutivos.

REDES DE APOIO E SORORIDADE: O CAMINHO PARA A SUPERANDO DAS BARRIERS

À medida que mais mulheres se estabelecem como líderes no mundo das startups, elas também estão criando redes de apoio para outras empreendedoras. Um exemplo notável dessa sororidade é a “Máfia do Moscatel”, uma rede criada pelas fundadoras da Gupy, que tem se tornado um verdadeiro alicerce para o empreendedorismo feminino, incentivando a troca de experiências e apoio mútuo.

Erika Monteiro também destaca a importância dessas redes: “Um ótimo exemplo disso é a ‘Máfia do Moscatel’, criada pelas fundadoras da Gupy, que tem se tornado uma forte rede de sororidade, apoiando mulheres empreendedoras”. Essas iniciativas não apenas criam um ambiente mais inclusivo, mas também reforçam a confiança das empreendedoras, o que é essencial para a superação de obstáculos.

RECONHECIMENTO E CONQUISTAS: O CAMINHO DA SUPERAÇÃO

O reconhecimento das mulheres no setor de startups está crescendo. No caso da Carefy, o impacto da empresa vai além do setor de auditorias médicas. A startup foi reconhecida em várias premiações, incluindo o ranking das 100 Startups to Watch pela Pequenas Empresas, Grandes Negócios e o Top 10 Healthtechs no ranking da 100 Open Startups.

Por outro lado, Juliane Blainski também conquistou seu espaço, recebendo o 3º lugar no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, na categoria Tecnologia e Ciências, em 2024. Esses reconhecimentos não apenas celebram o trabalho árduo dessas empreendedoras, mas também são um reflexo do crescente apoio ao empreendedorismo feminino no Brasil.

A INCLUSÃO FINANCEIRA: UM PONTO CRUCIAL PARA O CRESCIMENTO DAS MULHERES NO MERCADO

Um dos maiores desafios para as mulheres empreendedoras no Brasil é o acesso a crédito. Pensando nisso, o Sebrae criou iniciativas como o programa Acredita, que oferece condições facilitadas de empréstimos para negócios liderados por mulheres. Essa ação garante que pequenas empresas, com o aval do Fampe, possam acessar até 100% do valor de suas operações de crédito, o que representa uma grande oportunidade para muitas empreendedoras.

O apoio do Sebrae também é evidente em outros programas, como o Sebrae Delas, que não só facilita o acesso a crédito, mas também oferece educação financeira essencial para que as empreendedoras possam administrar seus negócios com mais segurança e assertividade.

O FUTURO DO EMPREENDEDORISMO FEMININO NO BRASIL

O que nos espera para o futuro? As perspectivas são ainda mais promissoras. O mercado brasileiro está, lentamente, se tornando mais inclusivo, reconhecendo a importância do protagonismo feminino na inovação e no desenvolvimento econômico. As mulheres estão deixando sua marca não apenas em setores tradicionais, mas também em áreas altamente tecnológicas, como a inteligência artificial, saúde, e agronegócio.

Saiba mais sobre as iniciativas do Sebrae e os programas de apoio às mulheres empreendedoras acessando Sebrae Startups.

 

Fonte: Agência Sebrae de Notícias


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