Meteorologistas da Epagri/Ciram e da Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil (SDC) divulgaram atualizações importantes sobre a previsão do tempo para os próximos meses. A principal novidade é a presença do fenômeno La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas na região equatorial do Oceano Pacífico, que traz consigo a promessa de condições climáticas atípicas. A palavra-chave aqui é incerteza: o La Niña previsto para o início de 2024 deve ser de fraca intensidade e curta duração, mas seus efeitos ainda preocupam especialistas.
O QUE ESPERAR DO LA NIÑA?
O La Niña pode causar chuvas irregulares, com volumes acumulados abaixo da média, especialmente no Grande Oeste catarinense. Segundo a nota conjunta das entidades, embora os impactos tradicionais do fenômeno sejam menos prováveis devido à sua baixa intensidade, ele ainda pode influenciar o clima até o outono de 2024. “Embora os impactos tradicionais do La Niña sejam menos prováveis, ainda são esperadas influências nas condições climáticas no decorrer do verão e início do outono”, alertam os meteorologistas.
IMPACTOS NA AGRICULTURA CATARINENSE
A previsão do tempo é um fator crucial para o setor agrícola, especialmente em regiões que já sofrem com a falta de chuvas. No Oeste de Santa Catarina, uma estiagem leve observada desde dezembro tem prejudicado o desenvolvimento adequado da soja de segunda safra. Haroldo Tavares Elias, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa, destaca que as lavouras enfrentam déficit hídrico e orienta os agricultores a monitorarem a previsão do tempo para os próximos 15 dias. “Ainda estamos dentro da janela ideal de semeadura, que, em decorrência da falta de chuva, pode sofrer atraso e reduzir o potencial produtivo da cultura”, explica o analista.
Por outro lado, a cultura do milho, que está em estágio mais avançado, sofreu impactos limitados com a estiagem. Haroldo relata que as primeiras colheitas indicam produtividade satisfatória, com uma produção dentro da normalidade.
COMO O LA NIÑA SE FORMA?
O resfriamento das águas na região equatorial do Oceano Pacífico, que caracteriza o La Niña, foi registrado pela primeira vez em julho de 2023 e se intensificou em dezembro. Dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA) mostram que as anomalias de temperatura chegaram a 0,7°C abaixo da média. Para a consolidação do fenômeno, é necessário que as temperaturas permaneçam abaixo de -0,5°C por um período prolongado, condição que os modelos climáticos projetam entre fevereiro e abril de 2024.
No entanto, ainda há incertezas quanto à duração do La Niña. Algumas projeções sugerem que as temperaturas podem voltar à normalidade antes do previsto, o que reduziria os impactos do fenômeno.
PREOCUPAÇÃO COM AS PRECIPITAÇÕES EM 2024
Dados do Índice Integrado de Secas, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), apontam que o Oeste e o Planalto Sul de Santa Catarina enfrentam seca fraca a moderada. Esse cenário é reflexo de chuvas irregulares observadas desde o segundo semestre de 2023, que ficaram abaixo da média climatológica em várias regiões do estado.
E O VERÃO, COMO FICA?
Com a chegada do verão, o clima mais seco tende a predominar em Santa Catarina, especialmente no Oeste. Para os turistas e moradores das regiões litorâneas, o cenário deve ser de calor intenso e dias ensolarados, mas também com episódios de chuvas isoladas.
ADAPTAÇÃO É A CHAVE
Agricultores, gestores públicos e a população em geral precisam se adaptar às condições climáticas previstas. Investimentos em sistemas de irrigação, monitoramento do solo e planejamento de cultivos são estratégias fundamentais para mitigar os impactos do La Niña.
Fonte: ASCOM / Epagri
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